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domingo, 12 de abril de 2015

No limiar da matéria - Detectado o último quark

Ao final do século XIX a Ciência atrelou-se ao movimento conhecido como Iluminismo, que considerava que todos o fenômenos existentes na natureza são passíveis de entendimento racional lógico. A compreensão e o entendimento do ser humano e sua presença no mundo deixaram as de ser feito pelas religiões, escolas teológicas ou filosóficas. Agora, uma nova autoridade assumia essa função: o cientista. Esses novos magos usam guarda-pó brancos e seus templos são os laboratórios. A partir de então quase ninguém mais contestava suas verdades carimbadas como: comprovadas cientificamente.

Tal como na Antiga Grécia, onde os filósofos consideravam que tudo já havia sido inventado (roda, mancal, alavanca, espelhos planos, côncavos e convexos, catapultas e outras máquinas de guerra, arietes, polias compostas, engrenagens, cremalheiras, parafuso-sem-fim, diferenciais...), cabendo ao ser humano usufruir do ócio, Arquimedes (c.287-212 AC) desafiava os incautos dizendo "Dê-me um ponto de apoio e eu moverei o mundo!", no século XIX parece que também se acreditava que tudo podia ser conhecido, entendido e reproduzido através da pesquisa científica lógica e racional.

Esse período digamos, materialista, divulgou e sustentou a crença no que é concreto, visível, material e, paralelamente, desenvolveu o bom e essencial método científico, que viria a determinar o que é ou não "verdade científica".A grosso modo, o método científico permite que uma experiência, fenômeno ou demonstração possa ser repetida quantas vezes for necessária.Foi a partir do aprimoramento do método científico que as verdades científicas assumiram a qualificação de provisórias, o que até hoje incomoda a muitos e desmascara charlatões.

A ideia de que a matéria é constituída pela integração de partes muito pequenas e indivisíveis é intuitiva e bem antiga. No séc.V a.C. os filósofos gregos Anaxágoras, Empedocles e Leocipo já consideravam essa concepção para explicar a construção das coisas. Essa ideia foi melhor definida por Demócrito, discípulo de Leocipo. Acreditavam que todo espaço é ocupado de forma sutil por essas partículas indivisíveis – átomos - inclusive a alma das pessoas! É a teoria atomista onde o átomo é considerado a quantidade mínima de matéria que pode existir sem perder suas características próprias. 

Essa concepção foi em geral aceita pelos estudiosos, como Galileu no século XVI. O micro e o macro revelam-se ao homem a medida que novos equipamentos lhe propicia um aumento de percepção, que se reflete na evolução das teorias. Basta lembrar a revolução provocada na astronomia pela invenção do telescópio na Idade Média* e na biologia com os microscópios que hoje nos parecem tão rudimentares.

As pesquisas do núcleo básico da matéria tiveram febril desenvolvimento ao final do séc. XIX, após Dalton (1766-1844) e Avogrado (1776-1856) estabelecerem bases científicas para o atomismo. Em 1897 Joseph John Thomson (1856-1940) detectou o elétron, inicialmente chamado de corpúsculo. Planck em 1900 elaborou a teoria dos quanta, onde considera que a emissão ou absorção de energia radiante pela matéria é feita de maneira descontinua através dos quanta (plural latino de quantum). Definiu que a quantidade de energia transferida é igual a freqüência da radiação multiplicada pela constante 6,62 x 10 elevado a -27 ergs/s - constante da natureza descoberta por Planck. Em 1911 Rutherford (1871-1937) propôs o modelo do átomo semelhante ao sistema solar, com núcleo central positivo circulado por elétrons negativos. 

Essas pesquisas e descobertas estabeleceram o conceito atual de átomo: núcleo central formado por prótons(+) e nêutrons ao redor do qual elétrons(-) movimentam-se a altíssima velocidade em órbitas elípticas, em diversos planos, e quantidade preestabelecida a cada nível ou órbita. Rutherford confirmou o modelo detectando o próton em 1919 e Chadwick (1891-1974) detectando o nêutron em 1932.

Niels Bohr (1885-1962), autor da teoria do salto quântico em 1913, concluiu que a energia é transferida ou liberada nas diversas órbitas de elétrons, em pacotes mínimos denominados de quanta. Louis Broglie, Nobel de Física em 1929, introduziu a mecânica quântica para explicar os movimentos das partículas cujas quantidades de movimento são pequenas, quando comparadas com o produto da velocidade da luz no vácuo pela respectiva massa. Einstein aplicou a teoria de Planck aos fenômenos fotoelétricos e determinou o quantum da luz: o fóton. Na Teoria da Relatividade igualou a energia da matéria ao dobro da energia cinética que a mesma teria ao deslocar-se na velocidade da luz: E = mc² (massa vezes a velocidade da luz ao quadrado).

Outras partículas foram previstas e descobertas, como o neutrino e o pósitron (um elétron com carga positiva) descoberto por Paul Dirac em 1928, que com o anti-proton (próton com carga negativa) e o nêutron formam os átomos da chamada anti-matéria. 
Na década de 50 os primeiros aceleradores de partículas foram construídos, impulsionando as pesquisas nessa área.

No início dos anos 60 do séc. XX, Murray Gell-Mann, Nobel de Física em 1969, propôs a teoria dos quarks: sub-partículas mínimas e indivisíveis de energia estruturada, que se combinam para formar o próton e o nêutron. Na trilha dessa teoria foram sendo descobertas uma grande quantidade de partículas e sub-partículas, mais de 600, que, pela quantidade, acredita-se ser formas diversas de um mesmo fenômeno.
Em fins de abril de 1994, os cientistas que pesquisam no acelerador de partículas FERMILAB - Laboratório Nacional do Acelerador Fermi, em Illinois-USA, conseguiram finalmente detectar evidências do sexto e último componente básico da matéria - o quarks de topo (top = t). A descoberta vem ajustar mais uma peça do quebra-cabeça da teoria cromo dinâmica de formação da matéria.

Estruturada a partir dos anos 60, essa teoria procura explicar a formação dos prótons, nêutrons, suas interações no núcleo do átomo e com as demais partículas, a partir de duas partículas básicas que, com o elétron e o neutrino-elétron, compõem toda a matéria no nosso universo conhecido: o quark para cima (up = u) e o quark para baixo (down = d).

Essas partículas formam a primeira das três famílias de matéria, previstas e comprovadas, da teoria cromo dinâmica, que usa o fenômeno das cores para explicar a formação da matéria, sempre que as combinações das cores básicas e complementares compõem a cor branca.

As substâncias existentes na Terra são formadas pela primeira das três famílias de sub-partículas. A segunda e terceira família não ocorrem no planeta. A teoria considera que elas já existiram na formação do Universo, mas hoje suas sub-partículas só são captadas em ambiente de alta energia, como nos aceleradores de partículas, no núcleo das estrelas e de quasares, de onde algumas escapam e chegam à Terra. Vejam em quadro no final do artigo com o resumo das principais partículas na formação das três famílias de matéria.

O objetivo dos cientistas era, e ainda é, elaborar o modelo padrão: um complexo de equações matemáticas que possa explicar como interagem todos os tipos de matérias e forças conhecidas (eletromagnética, gravitacional, nuclear-fraca e a nuclear-forte), numa teoria única para a formação, movimentação e transformação do Cosmo.

No livro O Tao da Física, pág.168 (CULTRIX – SP 1990), o autor Fritjof Capra conclui o seguinte: 
"A teoria de campo na física moderna força-nos a abandonar a distinção clássica entre partículas materiais e o vácuo. A teoria de campo de gravidade, de Einstein, e a teoria quântica dos campos mostram que as partículas não podem ser separadas do espaço que as circunda. Por outro lado, determinam a estrutura daquele espaço, ao passo que não podem ser encaradas como entidades isoladas mas, em vez disso, como condensações de um campo contínuo que se acha presente por todo o espaço." 

Logo em seguida o autor cita o livro de J. Neednam “Science and civilisation in China”, Cambridge University Press - 1956: 
"O campo existe sempre e por toda parte; jamais pode ser removido. É o portador de todos os fenômenos materiais. É o "vácuo" a partir do qual o próton cria os mésons pi (uma importante sub-partícula de interação do átomo). A existência e o desaparecimento das partículas não passam de formas de movimento do campo." 

Na mesma página F. Capra frisa: 
"A distinção entre matéria e espaço vazio teve finalmente de ser abandonada quando se tornou evidente que as partículas virtuais podem passar a existir espontaneamente a partir do vácuo e desaparecer neste último, sem que esteja presente qualquer núcleo ou outra partícula que interaja fortemente."
Essa interpretação traz de volta a concepção presente na mitologia greco-romana, no judaísmo, no hinduísmo e no budismo, que consideram que o Universo foi criado do nada.
Hoje o que denominamos de nada pode ser considerado como "todo e qualquer espaço-campo não captado pelos sentidos ou por instrumentos detetores-conversores".*

Na conclusão do capítulo acima mencionado, Capra resume: 
"Quando se sabe que o Grande Vácuo está pleno de ch'i (energia vital) compreende-se que não existe coisa alguma que seja nada”.

Podemos concluir que o que conseguimos perceber direta ou indiretamente são apenas as alterações energéticas do espaço-campo. Não seria muito improvável que neste espaço invisível e sem alterações, que denominamos de nada, esteja a origem de todo o Universo conhecido e a resposta a todas as nossas dúvidas! 

Consideramos que as descobertas científicas precisam necessariamente converter-se em bem-estar e melhoria de vida, não apenas aos habitantes dos países desenvolvidos – em detrimento dos 1,2 bilhões de humanos que sobrevivem abaixo do limite da fome – mas a todos os habitantes do planeta Terra, em harmonia com tudo o que nela existe.
É fundamental considerar sempre que toda verdade científica é incompleta e provisória.



* Em 24 de abril de 2015 o telescópio espacial Hubble, completou 25 anos de lançado, ainda em plena atividade. Orbita a uma altura de 559 km, fora da interferência da atmosfera terrestre, na velocidade de 7,5 km/s. Ao custo estimado em 2,5 bilhões de dólares, precisou sofrer reparos manuais por astronautas. É capaz de detectar luz visível e infravermelho para conseguir a excelente nitidez alcance que impressiona a todos.

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                                    QUADRO:      FAMÍLIAS DE MATÉRIA

                            1ª. Família               2ª. Família                  3ª. Família

BÁRIONS:            próton                     (não existe                   (não existe
(pesados)              carga = +1               na Terra)                    na Terra)  

                              nêutron                  (idem, idem)                (idem, idem)
                              carga = 0

QUARKS:             para cima (u)           charme (c)                   topo (t)
                              carga = +2/3            carga = +2/3                carga = +2/3

                              para baixo (d)          estranho (s)                fundo (b)
                              carga = -1/3             carga = -1/3                carga = -1/3

ANTIQUARKS: (vide notas)

LEPTONS:            elétron                   múon (elétron verde)    táuon
(leves)                    carga = -1              carga = -1                    carga = -1
 
                              neutrino elétron       neutrino múon            neutrino táuon
                              carga = zero            carga = zero               carga = zero

ANTILÉPTONS: (vide notas)

BÓSONS:              fóton                       partícula  W                partícula  X
                               glúon                      partícula  Z                 partícula  Y

  
    
NOTAS:

1. O próton é formado por 2 quarks para cima e 1 quark para baixo, somando massa 1836  vezes a do elétron, carga igual mas de sinal contrário.

2. O nêutron é composto por 2 quark para baixo e um quark para cima, somando massa 1839 vezes a do elétron e carga elétrica nula.

3. O méson é formado por um quark mais um antiquark.

4. O neutrino elétron, detectado após 1930, têm massa 100 mil vezes menor que a do elétron, a ponto de  atravessar a Terra como se nada houvesse no caminho. É a menor  das partículas conhecidas. Alguns pesquisadores o consideram sem massa!

5. Os quarks da 2ª família têm massa bem maior do que os da 1ª., e os quarks da 3ª. família bem maior do que os da 2ª família.

6.  Ainda não há explicação do porquê das 3 famílias de matéria, que contém átomos de
pesos diferentes, mas o quark estranho (s) explica as pesadas partículas detectadas nos
raios cósmicos.

7. O quark topo tinha sua existência praticamente definida por medições indiretas de sua massa e carga. Em abril/94 foram detectadas fortes evidências diretas de sua existência no acelerador de partículas FERMILAB, Illinois - USA.

8.  Quando o nêutron emite uma partícula W, provoca a transformação de um quark para
baixo (down) em um quark para cima (up). Com essa transformação o nêutron vira próton e a partícula W decompõe-se em um elétron e em um antineutrino!

9.  Na colisão de um lépton (elétron) com um antilépton (pósitron) surgem dois fótons!

* Atualmente, a Ciência considera que apenas 5% de toda massa e energia existentes no universo é possível de serem observadas e estudadas satisfatoriamente. Os cerca de 95% restante são chamadas de matéria escura e energia escura, só percebidas ou inferidas devido a elevada velocidade de rotação das galáxias, muito acima daquela que a massa e energia detectadas nelas poderiam proporcionar.
Algo semelhante ocorre com nossos sentidos do olfato, paladar, audição e, principalmente, no sentido da visão, muito valorizado por nós. O que nossos olhos podem perceber ou ver é uma pequena faixa de frequência do imenso espectro das ondas eletromagnéticas. Desse modo, não enxergamos espectro da luz infravermelha, luz ultravioleta, ondas de rádio, de TV, micro ondas, raio X, raios alfa, gama, raios cósmicos... Entretanto, esses espectros são detectáveis, controlados e utilizados por aparelhos específicos de captação, tais como nossos aparelhos de rádio e TV.

# Se você também fascinado por Ciência sugiro ler o texto Uma questão de tempo postado neste blog em 1º de janeiro de 2015. Copie e cole no navegador o endereço:
http://cidadanialerta.blogspot.com.br/2015/01/uma-questao-de-tempo.html >   


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O autor, José Renato M. de Almeida, engenheiro mecânico pela UFPA-1970, pesquisa, estuda e analisa a evolução do conhecimento técnico-científico versus humano-social ao longo da história da humanidade. 

domingo, 5 de abril de 2015

Discurso do PT

Para substituir Cid Gomes no Ministério da Educação, a presidente Dilma anunciou em 27.03.15  o petista Renato Janine, professor titular de ética e filosofia política da Universidade de São Paulo (USP). 

Em entrevista publicada no jornal A TARDE de 02.03.15¹, Renato Janine demonstra sintonia com a tática de divulgação sistematizada estabelecidas pelo partido como as "realidades" a serem inseridas nas mentes dos brasileiros. O que hoje causa espécie no manifesto resultante do 5º Congresso do PT e no discurso do seu presidente, Ruy Falcão, já fazia parte do mantra gramsciano de Janine. Vejamos como ele se expressou: 

"No Brasil o discurso padrão sobre a política é o ataque ao adversário como corrupto. O golpe de 64 foi fruto de 20 anos desse tipo de discurso, que é muito parecido ao de hoje contra o PT. Por outro lado o PT também usou desse discurso (quando) na oposição. O slogan de Geraldo Alckmin em 2006 "Por um Brasil descente, Alckmin para presidente!", jamais poderia ser usado contra o PT antes disso. Então, houve uma inversão de posição pelo qual o PT, que é um partido ético por excelência - tão ético que as pessoas achavam que ele não tinha condições de governar, pois era um bando de lunático - se tornou um partido, na opinião de muitos, que se aproximou da corrupção e da desonestidade."

Importante e revelador, é ouvir Janine - na atual confirmação do crime de lesa-pátria que os governos do PT cometeram contra a Petrobras e, consequentemente, contra a própria economia brasileira e cerca de seis mil empresas dela dependentes - usar o verbo ser no presente ao afirmar que o PT "é um partido ético por excelência". Mas, imediatamente, traz do passado os lunáticos idealistas existentes no partido antes dele alcançar o poder, mostrando que mesmo o cínico tem necessidade de confundir a realidade para enganar.

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), declara a quem quiser saber, em documento oficial, que usa na Internet "soldados" custeados com verbas públicas para "disparar munição" do governo contra os que discordam das ações e da ideologia petista.
O presidente do PT, Ruy Falcão, pede à presidente Dilma que sejam cortadas as verbas da publicidade oficial do governo das emissoras e empresas de comunicação que "apoiaram" ou "convocaram" os protestos do dia 15 de março.² 

Isso que o governo já fazia antes, Ruy Falcão oficializa em pedido explícito e ameaçador, visando reduzir junto aos meios de comunicação a divulgação do movimento no próximo dia 12 de abril. 
Vê-se que a essa altura, apesar do discurso surreal da presidente Dilma contra a corrupção, a desfaçatez não é mais necessária. A mentira expressa que confunde é a nova tática da comunicação petista pela conquista do apoio de parte da população que é dependente do governo.

Há meses a comunicação petista vem construindo um ambiente imaginário de confronto entre os inimigos que querem manter o povo pobre e desassistido e o partido que defende programas sociais que já tirou 30 milhões de brasileiros da miséria nos últimos anos... Entre o governo que "permite" que se investigue a corrupção na Petrobras e no CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) e uma oposição que, junto com a imprensa que persegue o PT, agentes e empresas estrangeiras, quer acabar com o Pré-Sal, arrasar com a Petrobras para privatizá-la... São grupos da elite brasileira que odeiam os pobres e não suportam ver pessoas humildes cursando universidade... 

Nesse delírio, os petista incluem até a CIA (Central Intelligence Agency), 
a mais conhecida agência de espionagem norte-americana!

Esse discurso massivo visa impedir que os menos atentos percebam que o PT privatizou a Petrobras desde 2003, quando os diretores indicados por Lula passaram a saquear e desviar recursos para o partido, seus aliados e líderes. 

Ao explicar as causas da queda da popularidade do governo Dilma, o novo ministro da Educação Renato Janine, disse: 

"Acho que tem a ver com a baixa cultura política do brasileiro. Nossa cultura é fraca porque ela não consegue conceber uma razão para um mau governo que não a corrupção. Não concebe que pode ser pela incompetência. E tem muita incompetência, má gestão, escolhas erradas etc. Ou seja: a percepção da corrupção no governo é de um lado essa baixa cultura e de outro a campanha de uma oposição preguiçosa que prefere ficar batendo nessa mesma tecla (da corrupção!?). E terceiro, um fato real: as pessoas pagam impostos e sentem pouco retorno. [...] O PT tinha uma linha de combater a corrupção e acabar com a miséria. No poder ele parou. Hoje, o conceito de ética na sociedade brasileira é que ético é acabar com a corrupção e não mais acabar com a miséria."

Além dessas declarações, que corroboram a visão das oposições e dos brasileiros não dependentes do governo, Janine emitiu critica contra o modo autoritário de governar da presidente Dilma.

"As medidas que ela adotou após as eleições foram duras, mas poderiam ser justificáveis. [...] Tem de usar o rádio, explicar. Não basta dizer "agora os ministros que defendam". Os ministros nem sabem o que podem dizer, porque ela desautoriza. [...] Note que nos últimos dias de campanha o discurso que ela mais usou foi o da esquerda, que não foi contemplada no Ministério. Ao contrário, esse ministério é uma lástima."

Acho que por isso ganhou o ministério da Educação. Agora fica difícil para ele generalizar o conceito de lastimável para descrever o Ministério de Dilma. 

Por essas e outras a nomeação de Renato Janine foi mal aceita em alguns setores do governo. Mas vejo que ele já está habilitado no irreal e contraditório discurso de promoção política do PT.  


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Notas:


1. Anexo fotocópia da entrevista publicada no jornal A TARDE de 02.03.2015.


2. Veja artigo de Felipe Moura Brasil em < http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/03/30/video-o-cinismo-de-renato-janine-ribeiro-ministro-da-educacao-de-dilma-rousseff/ >