Durante uma semana e meia a Globo e grande parte da mídia fizeram maior carga em cima do assessor do deputado Flávio Bolsonaro (PSL) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Fabrício de Queiroz, incluído numa lista de 75 pessoas levantadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por fazerem movimentações bancárias suspeitas, que somam R$ 207 milhões.
Mas só no dia 13 o Jornal Nacional da Globo apresentou reportagem* com as movimentações suspeitas detectadas pelo Coaf, por pessoas ligadas a outros deputados da Alerj, com valores que não passam despercebidos a ninguém: André Ceciliano (PT) presidente da Alerj R$ 49 milhões; Paulo Ramos (PDT) R$ 30 milhões; Márcio Pacheco (PSC) R$ 25 milhões; Luiz Martins (PDT) R$ 18 milhões; Dr. Deodalto R$ 16 milhões; e Carlos Minc (PSB) R$ 16 milhões.
O maiores movimentadores acima citados somam R$154 milhões, ficando R$ 53 milhões com os que movimentaram menos do que R$ 16 milhões.
A reportagem não menciona o assessor de Flávio Bolsonaro que movimentou R$ 1,2 milhões no ano de 2018, dando a impressão aos menos atentos que se trataria de um outro levantamento. Desse modo, evitou-se o comparativo que deixaria explícito o jornalismo marrom da Globo.
Ao todo foram listadas 75 pessoas ligadas a deputados de 14 partidos políticos: Avante, DEM, MDB, PDT, PHS, PRB, PSB, PSC, PSD, PSDB, PSL, PSOL, PT e o Solidariedade.
Há partidos em que mais de uma pessoa fizeram movimentações bancárias suspeitas.
Ao carregar nas manchetes e em tempo de exposição do assessor Fabrício Queiroz, de Flávio Bolsonaro do PSL, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro do PSL, e "esquecer" por pelo menos 11 dias os demais listados, a Globo confirma sua parcialidade editorial que a tem condenado ao descrédito pela população mais esclarecida.
* Link da reportagem apresentada pelo Jornal Nacional da TV Globo:
https://globoplay.globo.com/v/7229675/?fbclid=IwAR1G5gupOHOa4MfNPj_4yi9URoMCu3pUcoTgsbskSl04jkvZIZBIXE3GdwM