O silêncio mata, mas a simples denúncia na delegacia aumentará os assassinatos de mulheres, se providências não forem tomadas de imediato: localizar e impedir que o agente agressor-matador se aproxime da vítima, logo após a denúncia ou registro na polícia, com uso de tornozeleira eletrônica e monitoramento.
Não é preciso ser psicanalista para perceber que a humilhação que o macho sofre após a rejeição por parte da mulher, após a denúncia que irá separá-los, denúncia ou registro que significa o fim da relação, um não-retorno à relação até então satisfatória, em que o macho se acha o máximo e o dono do coração, mente, do corpo e do prazer da mulher, o único que sabe fazê-la feliz, etc. e etc., de acordo com as lembranças dos primeiros meses de namoro, da parte feliz do relacionamento.
A denúncia de abuso, agressão e maus tratos é um marco na relação, é o fim das conversas de até então para reconciliação e das promessas esperançosas que não deram certo. Com o Não! da mulher, o homem sofre uma das piores decepções.
As piores sensações se seguem com o fim do romance, da relação, da amizade, do amor, da paixão, do apoio, da satisfação de ter alguém que ele considerava sua dependente afetiva, que não imagina que possa viver sem ele.
É algo similar a "dor de corno", dor da traição... Talvez até pior! A dor da humilhação, de nada poder fazer, de ver cair suas máscaras de bom moço e encarar sua imagem real.
E essa fúria incontida que brota no macho atingido no mais profundo instinto animal, no amor próprio racional, na presunção de ser amado e respeitado...
Essa fúria provocada no denunciado-rejeitado deve ser considerada real, mesmo que não aparente, para as medidas de proteção da vítima sejam uma realidade.
Se quisermos de fato reduzir o feminicídio no país, as polícias deverão proceder de forma efetiva: o denunciado deve ser imediatamente localizado e passar a usar tornozeleira eletrônica, monitoramento 24 horas, sem contemporizar, sem exceções, mesmo que o denunciado pareça inofensivo.
A mulher que registra a violência não imagina do que a fúria da rejeição é capaz de provocar, mesmo tendo sofrido violências anteriormente à denúncia.
Só com esse procedimento imediato será possível estancar o morticínio de mulheres que assistimos diariamente no noticiário, e que vem aumentando assustadoramente desde que a Lei Maria da Penha começou a ser difundida e aplicada com maior abrangência.
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