Houve época em que a "roda da vida" permitia que os recém nascidos rejeitados por algum motivo sobrevivessem. Nos conventos havia um dispositivo que permitia as pessoas deixarem os bebês de forma anônima, com o rosto coberto com véus e xales e avisassem as religiosas puxando um cordinha atada em um sino. A irmã rodava o dispositivo e acolhia o bebê. Ainda hoje, esse dispositivo está preservado no Convento Santa Clara do Desterro, no bairro de Nazaré, Salvador-BA.¹
Hoje, a principal proposta do grupo ideológico petista é a liberação do aborto a qualquer tempo, sob o disfarce hipócrita de defender o direito da mulher em dispor do seu corpo a seu bel prazer. Pedem a descriminalização do aborto, em qualquer situação e por qualquer motivo - além dos constantes em lei: estupro e/ou risco de vida da mãe.
Outro argumento de apelo social de classe é de que esse crime covarde, selvagem e predatório já é prática comum às mulheres ricas, que podem pagar clínicas bem aparelhadas. Sendo assim, que esse "direito" seja também estendido às mulheres pobres, através dos serviços públicos de Saúde!
Deixou de dizer que a implantação dessa lógica impiedosa exterminará muito mais mulheres a nascer do que a estatística citada no artigo - de que morre uma mulher a cada dois dias, por complicações no aborto - pois cerca de 50% dos nascituros passíveis de sofrer aborto são do sexo feminino.
A articulista, Tânia Miranda, tenta impingir aos menos atentos que a questão de "quando começa a vida?" é uma discussão sem fim que leva a nada. Felizmente, a ciência genética já tem certeza de que a célula pertencente à mãe - óvulo - e a do pai - gameta ou espermatozoide - já têm vida, antes mesmo de ocorrer a fecundação, isto é, antes do gameta penetrar o óvulo. A partir desse evento, é formada uma nova célula - viva - que possui a combinação dos cromossomos da mãe e do pai. Essa nova célula, é o embrião de um ser humano que possui DNA, cujo código único define e identifica uma pessoa.
Desconsiderar esses novos conhecimentos científicos e insistir no discurso de que a defesa da vida do nascituro se deve a crença religiosa e a pessoas conservadoras revela estupidez e má-fé.
Outro argumento aparentemente piedoso é referente as pessoas que, por motivos diversos, não têm condições de criar o filho. Em um país que tem longa fila para adoção, esse grupo petista nada propõe para que seja implementada assistência às mães que se estão nessa situação, visando a adoção do bebê logo ao nascer. Em vez disso, investem esforços numa "solução final" criminosa da ideologia petista-nazi-fascista.
A terminologia didática identifica as diversas fases e aparências do ser humano. Considerar cada vocábulo como coisas diversas do ser humano, é outra forma de se enganar e tentar enganar os demais. Zigoto, mórula, blástula, embrião, feto, nascituro, recém-nascido, bebê, criança, adolescente, adulto, idoso e cadáver são apenas vocábulos diversos para identificar as diversas fases do ser humano desde a sua geração até a morte, por deterioração do processo químico-biológico chamado de vida ou elã vital. As descobertas genéticas desmascaram o discurso pseudocientífico atirado contra todos que se opõem ao aborto e a sua descriminalização.
Aliás, é recorrente da ideologia petista, descriminalizar seus crimes contumazes, a exemplo da aprovação pelo Congresso Nacional da revisão da meta orçamentária deste ano de 2015 - semelhante ao que ocorreu no ano passado - para impedir que a governanta Dilma fosse condenada por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal, nesses dois anos.
Apesar de reconhecerem a complexidade da questão, esses grupos pró-aborto nem consideram mais a implantação de programas de atendimento social e psicológico às mães e aos bebês. Nem pensar, melhor brandir argumentos panfletários falaciosos de que a mulher tem direito de fazer o que quiser com seu corpo. Têm, mesmo! Porém, o embrião não é sua propriedade, nem faz parte do seu corpo. Como vimos acima, o embrião é um outro indivíduo, outra identidade, outro DNA. E a mãe pode ser considerada a "fiel depositária" em relação ao embrião.²
O tempo urge! Que aprove-se logo o aborto como direito desumano da mulher na nova sociedade do descarte livre, mascarando a hipocrisia dos que acham que assim ficará tudo muito bom, tudo muito bem...
O que não há mais, é a possibilidade de ignorar os novos conhecimentos científicos e tratar o embrião como algo sem importância. Mesmo com toda a desfaçatez, é difícil esconder ou ignorar que o aborto provoca a morte de um ser humano, de um indivíduo, de uma pessoa em desenvolvimento de suas capacidades até o falecimento. Juridicamente pode ser enquadrado como um assassinato triplamente qualificado: 1. não é dada à vítima qualquer chance de se defender, 2. quando o crime é premeditado, 3. cometido por motivos fúteis, com o agravante se ser cometido com a cumplicidade de pessoas da convivência familiar, responsáveis por manter e preservar a integridade da vítima. De sã consciência, essa descrição se enquadra nos crimes que são considerados hediondos pelo Código Penal.
Mas não é pela condenação dos responsáveis pelo aborto que lutamos. Não. É pela conscientização dos males que são cometidos na sua realização. Não dá para fingir que é coisa pouca, que nele não se executa um ser humano. E que se dê a importância que a questão requer, sem embarcar na saída rápida e rasteira da descriminalização do aborto.
E depois, ainda ficamos surpresos com um mundo está cada vez mais violento e cruel. Com ideias desse tipo, defendidas por quem têm a missão de cuidar, só pode dar nisso!
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1. Vi arranjo semelhante numa revendedora de botijões de gás. O comprador põe o botijão vazio de um lado da parede, gira e, depois que o vendedor aprova e recebe o valor, põe um cheio e gira de novo, permitindo o comprador levar o botijão.
2. Em termos legais, o depositário tem a obrigação de guardar e conservar a coisa, como se sua fosse, não podendo transferi-la aos cuidados de outros depositários, salvo se autorizado, mas podendo contar com a ajuda de auxiliares. Qualquer dano causado ao objeto custodiado, decorrente de culpa ou dolo, resulta em responsabilidade civil.
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ARTIGO DE REFERÊNCIA
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Artigo defendendo a ideologia petista pelo aborto a qualquer tempo e motivo |
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Resumo do comentário, publicado na coluna Espaço do Leitor do jornal A TARDE de 02.11.15 |