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domingo, 17 de janeiro de 2016

Gangsters no poder

Celso Daniel, assassinado em 18.01.2002.
Há 14 anos, no dia 18 de janeiro de 2002, o prefeito Celso Daniel de Santo André-SP, foi sequestrado na Zona Sul da capital, quando voltava de um jantar com Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. Dois dias depois foi encontrado morto com oito tiros em uma estrada da região metropolitana de São Paulo. Na época, Celso Daniel era o coordenador da campanha eleitoral de Lula.
Esse assassinato demonstra que a organização criminosa do PT já existia bem antes dos esquemas do mensalão, petrolão, Carf, etc. O modus operandi é o mesmo! Após perícias, investigações e depoimentos de testemunhas, o Ministério Público e a Polícia descobriram que Sérgio, o Sombra, contratou Dionísio de Aquino Severo - resgatado antes de um presídio em Guarulhos, onde cumpria pena - para recrutar os demais do grupo que mataria Celso Daniel, fazendo parecer crime comum: sequestro seguido de morte. Resgate com helicóptero requer gente graúda na área!!!
Celso Daniel, coordenava campanha de Lula 
A partir daí, inúmeros acontecimentos confirmam a organização criminosa que já existia no PT. 
Em abril de 2002, Dionísio Severo foi morto, antes de depor. O comparsa Sérgio "Orelha", que abrigou Dionísio nos dias seguintes ao sequestro, foi metralhado em novembro de 2002, logo após a eleição de Lula no segundo turno em outubro.
O investigador de polícia Otávio Mercier, que ligou para Dionísio na véspera do sequestro, também foi assassinado.
Em fevereiro de 2003, morreu o garçom Antonio Palácio de Oliveira, que serviu o jantar do prefeito com o Sombra no dia do sequestro.
Em dezembro de 2003, o agente funerário Iran Moraes Redua, primeiro a identificar o corpo do prefeito, foi assassinado a tiros.
O inquérito policial concluiu que Celso Daniel foi assassinado após sequestro desastrado realizado por uma quadrilha. O promotor de Justiça Roberto Wider Filho, que investigou a morte de Daniel, contesta a versão da polícia e afirma que o assassinato do ex-prefeito foi encomendado por quadrilha responsável por esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André, com objetivo de levantar recursos para financiar campanhas eleitorais do PT (Partido dos Trabalhadores). Dinheiro do esquema foi encontrado pela polícia no apartamento de Celso Daniel. Para ele, a investigação policial foi “incompleta” e deixou de apurar as “verdadeiras razões da morte”.
Velório de Celso Daniel
Em 2004, José Dirceu, na época presidente do PT, e Gilberto Carvalho, então secretário de governo em Santo André e braço direito de Celso Daniel e depois secretário-geral da Presidência da República no governo Lula, não foram investigados pelo Ministério Público (MP) por força de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual o ministro Nelson Jobim considerou que a promotoria não pode realizar investigações criminais. Se qualquer cidadão pode denunciar crimes, por que não o Ministério Público!!! 
Em novembro de 2010, Marcos Bispo dos Santos foi condenado pelos jurados a 18 anos de prisão.
Em maio de 2012, foram levados a juri popular os demais participantes da quadrilha da favela Pantanal, na divisa da capital com Diadema: Elcyd Oliveira Brito, Itamar Messias da Silva Santos, Ivan Rodrigues da Silva, José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira.
Em 2012, o empresário Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, amigo de Celso Daniel e uma das figuras mais importantes dentro da quadrilha petista em Santo André, foi a júri popular em um processo diferente, já que foi acusado de homicídio triplamente qualificado.
Ronan Maria Pinto volta a ter o foco do MP/SP.
Por participação no esquema, o MP também moveu uma ação por improbidade administrativa contra Klinger Luiz de Oliveira, então secretário de Serviços Municipais; e os empresários Ronan Maria Pinto, Luiz Marcondes Júnior e Humberto Tarcísio de Castro.
Em novembro de 2015, sentença da 1.ª Vara Criminal de Santo André (Grande São Paulo) condenou os empresários Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e Ronan Maria Pinto, além do ex-secretário de Serviços Municipais da cidade, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, acusados de liderar esquema de cobrança de propina de empresas de transporte contratadas pela Prefeitura na gestão do prefeito do PT Celso Daniel.
Ronan Maria Pinto foi condenado a 10 anos, quatro meses e 12 dias de reclusão, em regime fechado, e pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção ativa, por várias vezes.
Sérgio Gomes da Silva e Klinger Luiz de Oliveira Souza a 15 anos, seis meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, bem como ao pagamento de multa pelos crimes de concussão, corrupção passiva, por várias vezes. Todos ainda poderão recorrer da sentença de condenação. 
Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão 
Nestor Cerveró, marcado para morrer na fuga
Em janeiro de 2016, após 14 anos, com os depoimentos obtidos de Marcos Valério, Nestor Cerveró e Carlos Bumlai nas investigações realizadas pela Força Tarefa da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz Sergio Moro, ressurge o nome do empresário Ronan Maria Pinto, como recebedor de R$ 6 milhões, pagamento de chantagem contra Lula, Dirceu e Gilberto Carvalho. Ronan, ainda mantém empresa de coleta de lixo na região de Santo André-SP e é dono do Diário do Grande ABC, cujas ações foram compradas com os R$ 6 milhões obtidos na chantagem.


Carlos Bumlai, tomou empréstimo de 12 milhões.
Cerveró, também ampliou o panorama do esquema ao informar que entre 2009 e 2010 houve uma ordem do então ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), para atender a proposta que o Banco BVA fez à Petros, para aplicar em um fundo de investimento do banco em um negócio considerado "de grande monta". Isso foi sendo feito, mas passado alguns anos o banco faliu e a Petros perdeu todo o dinheiro investido. O fundador do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, foi sócio de uma das empresas envolvidas na "máfia do lixo" de Santo André, que resultou no assassinato do prefeito Celso Daniel. Quanta coincidência! 
Agora, o Ministério Público paulista pretende requisitar informações ao juiz Sergio Moro sobre empréstimo fraudulento feito por Bumlai e analisar as implicações que podem ter com o crime ocorrido em Santo André em 18 de janeiro de 2002, segundo declarou a promotora Sirleni Fernandes da Silva, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do ABC paulista. 

Demorou! Mas já dá para ver que o esquema criminoso do PT tem raízes mais profundas do que imaginávamos. Vai requerer especial empenho das instituições da República para conseguir extirpar do meio político democrático do País essa quadrilha. É preciso que mais pessoas de bem se disponha a combater e punir os crimes dessa organização de gangsters e de seus aliados.

Juiz Sergio Moro da Justiça Federal - Paraná

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