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sábado, 15 de julho de 2017

O triplex condena


Na sentença de condenação de Lula por corrupção passiva o juiz Sérgio Moro ressalta que apesar das inúmeras oportunidades dadas à defesa, para esclarecer a questão do triplex, não foi apresentada qualquer versão minimamente factual que derrubasse as provas materiais, testemunhais e periciais, apuradas nas investigações.


O conjunto de provas, do acordo da OAS com Lula sobre o triplex, foram detalhadas na sentença.

Como acontece nesse tipo de ilícito, não há recibos de compra nem escrituras em nome do beneficiado. 

Entretanto, a defesa de Lula não apontou explicações verossímeis para o casal ser o único cooperado da Bancoop que não fez a opção de compra ou devolução dos valores já pagos, quando a OAS assumiu o empreendimento em 2009. Nem porque, apesar disso, o casal continuou ocupando os diretores da OAS em demandas personalizadas à unidade 164-A. 

A opção do recebimento dos valores pagos só veio a ser feita no ano de 2015, quando o caso já estava na imprensa. 
Foi uma tentativa de se afastar oficialmente do empreendimento. Mas, desde que a OAS assumiu o empreendimento em 2009 até o ano de 2015, não foi paga qualquer parcela pelo casal à OAS. 

Vale lembrar que a cota-parte, adquirida em abril de 2005 por D. Letícia, era para o ap. 141, de configuração mais simples. 

Um documento impresso, sem assinatura, encontrado na residência do casal, teve rasurado à mão o número original 141 e escrito por cima 164-A, e triplex à margem.

O ex-diretor da OAS, Roberto Moreira Ferreira, disse ao MPF que em 2014 recebeu uma planilha com as unidades que podiam ser vendidas. Perguntado se o 164-A esteve à venda, respondeu: “Nunca”. Acrescentou que “soube” que o ap. 141 fora vendido a um terceiro. Se essa venda ocorreu antes de D. Marisa fazer a opção em 2015, será mais uma ponta solta na fantasiosa da defesa de Lula.

O interesse pessoal do casal ao ap. 164-A, registrada em fotos, vídeos, pedidos personalizados de reformas, inúmeros indícios e provas, permitem concluir que Lula e a OAS tinham um acerto ilícito de troca do ap. reformado, com propinas de corrupção em contratos com Petrobras, alimentada e acompanhada nas tabelas recuperadas dos arquivos de caixa 2 da OAS.

Desde bem antes, a certeza de impunidade multiplicava acordos desse tipo, que o governo Temer comete para se manter no poder, dando foros de legalidade às compras de votos dos deputados. 

É o costume histórico dos bandidos de colarinho-branco acharem que vai dar em nada. 

Agora, dá investigação, processo e até condenação pela Justiça!


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