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quarta-feira, 5 de setembro de 2018

1964: passado renegado

Marcha da Família com Deus pela Liberdade - Rio
A maioria dos protagonistas que promoveram e apoiaram a intervenção militar em março de 1964, de uns tempo pra cá passaram a considerar como um erro suas participações.

A Globo, aliada de primeira hora, repete em toda ocasião o texto do editorial de mea culpa de 2012 confessando o erro, em crítica ao seu dono, Roberto Marinho, falecido em 2003, que havia confirmado o apoio aos governos militares. 
Comício das Diretas Já em São Paulo

Só em 1984 a Globo rendeu-se à realidade para transmitir ao vivo os comícios das Diretas Já, que encheram ruas e praças pelo país e alcançou um milhão e meio no comício da Praça da Sé-Anhangabaú/SP (16.04.84).

Convém lembrar que em 1964 o presidente João Goulart (Jango) aparelhava grupos comunistas para promover as Reformas de Base e a implantação do "governo do proletariado", nome fantasia para ditaduras semelhantes às de Cuba (1959), União Soviética, China, Coréia do Norte...
Comício da Central do Brasil - Rio


A população brasileira, atemorizada com o Comício da Central do Brasil (13.03.64), protestou logo após com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade (19.03.64) em São Paulo, onde o deputado federal Plínio Salgado proferiu discurso emblemático de apelo às Forças Armadas.

Em 31.03.1964, o general Olímpio Mourão Filho mobilizou tropas de Minas Gerais em direção ao Estado da Guanabara (Rio). Os três ministros militares destituíram Jango.
Posse de Castelo Branco à presidência
Em 11.04.64, o Congresso Nacional elegeu o general Castelo Branco presidente do Brasil, empossado em 15.04, o qual, após mobilização do MDB no Congresso, contra as duras medidas econômicas tomadas por ele, foi substituído em 15.03.1967 pelo general Costa e Silva, que intensificou a repressão aos comunistas e instituiu o AI-5 em 13.12.1968.

Sob protesto popular contra a ditadura, os governos militares promoveram abertura política gradual, até o Colégio Eleitoral do Congresso Nacional realizar eleição indireta de Tancredo Neves para presidente da República (15.01.85). Internado na véspera da posse (14.03.85) com câncer intestinal, foi substituído por seu Vice José Sarney. Faleceu em 21.04.84 e Sarney assumiu a presidência.

Por conveniente demência histórica ou covardia, é comum termos hoje discursos contraditórios dos protagonistas de 1964, rejeitando seu passado de apoio à intervenção e à ditadura militar. 

Essa omissão e leniência permitiu que, sob dissimulada propaganda gramscista, os guerrilheiros comunistas criassem a Comissão da Verdade onde apenas os militares foram investigados. As torturas, assassinatos e ocultação de cadáver cometidos pelos comunistas contra militantes do próprio grupo, foram lançados na conta dos militares.

Assim, os comunistas deixaram de ser guerrilheiros combatentes e passaram a vítimas da ditadura e defensores da democracia, aptos a receber indenizações e salários, enquanto os militares foram criminalizados e taxado de cruéis torturadores. Os crimes dos opositores foram anistiados e não se fala mais nisso, já os dos militares...
Marcha da Família com Deus pela Liberdade

Mesmo após 54 anos é possível imaginar o que seria do Brasil se não tivesse ocorrido a intervenção militar, e os comunistas, treinados em guerrilha armada nos campos e nas cidades, implantassem o tal "governo do proletariado"? Os dados históricos estão disponíveis!

Algo semelhante ocorre com a intervenção militar no Rio. Com a violência enraizada com participação de políticos e governos corruptos, as Forças Armadas são convocadas, e logo passam a ser acusadas de violência e agressões por moradores aterrorizados ou participantes de tráfico e ilícitos.

Cabe avaliar se os militares mortos defendendo a população provoca nela algum sentimento de gratidão, que resulte em protestos e denúncias contra os grupos criminosos! 
Neste ano de 2018 já foram mortos três soldados e 92 policiais militares! 

É hora de investigar as razões dos incentivos dados a bandidos pela cúpula dos poderes da República e as críticas sorrateiras feitas a militares que auxiliam no combate ao crime e a juízes que condenam bandidos de organizações criminosas instaladas nos partidos políticos.

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