O PT realizou seu V Congresso em Salvador na Bahia demonstrando que precisa mobilizar todos os seus militantes de forma minimamente coordenada se quiser ter sucesso nas próximas eleições de 2016 e 2018.
Através dos discursos de sua liderança revelou que já está fazendo esse arregimento há pelo menos um ano, quando a equipe da Operação Lava Jato mostrou a que veio e o dinheiro que tudo podia começou a ser restringido, junto com as prisões dos envolvidos.
Revelou também que considera que ainda está com a força ao fazer proposições e chamamentos, elencados a seguir, que revelam a ambição e prepotência de seus líderes.
Um disse que falar em ajuste fiscal é para as revistas especializadas como Valor Econômico e Exame. O PT não pode ficar tratando sobre isso. Faz-se o que precisa ser feito e depois se vê como fechar as contas, numa sugestão de calote a la Argentina e Grécia.
Propôs-se a ressurreição da CPMF, com tarifa de 0,40% para movimentações maiores que dez mil reais por mês. O chefe do cafofo, Joaquim Levy, negou a volta da CPMF, mas a presidente Dilma, ao discursar para Jô Soares, se mostrou frustrada e saudosa pela perda de R$ 40 bilhões por ano, ainda no primeiro mandato de Lula.
O balão de ensaio funcionou.
Mais sombria ainda foi a proposta de venezuelar o tratamento a ser dado à imprensa não alinhada com o projeto petista e não mais contratar essa empresas, deixando-as sem a rica e abundante verba governamental: presidência, ministério, empresas e órgãos públicos.
Pelo visto as Organizações Globo já estão fazendo o meio de campo com o governo. A entrevista com o Jô faz parte da estratégia de manter os anúncios. Também a Veja, revista amaldiçoada até por ataques dos Sem-Teto contra sua sede, deu uma palavra de aproximação nos últimos parágrafos da Carta ao Leitor da edição nº 2430 de 17.06.15, ao comentar sobre a votação unânime o STF, que considerou censura prévia proibir publicação de biografias não-autorizadas. Transcrevo o texto a segui:
"A quarta-feira passada (10.06) ficará como um contraste do Brasil com a América Latina, onde como bem disse o ministro Barroso, são rotineiras as tentativas de asfixiar a liberdade de expressão. No Brasil, essas tentativas recentes nunca passaram de ameaças. Isso se deve à resistência do STF, à maturidade das instituições civis, à coragem do Congresso - e, reconheça-se, à reiterada profissão de fé da presidente Dilma Rousseff nas liberdades democráticas."
Afagou dois poderes de uma só vez. Pelo menos, tal como Jô Soares, o redator de Veja se referiu à presidente. Quando começar a tratar de presidenta, lascou-se!
Mas pelo visto a revista já está sofrendo a execução das ameças e propostas de não ser agraciada com anúncios do governo. A edição de 17.06 não tem qualquer anúncio do governo e poucos dos clientes privados! Venezuela, Argentina e agora o Brasil?
Outra orientação proposta foi quando fez-se elogios e demonstrações de indignação pela prisão do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso após investigações da Operação Lava Jato. Foi dito:
Nada de moralismo, tem gente estúpida condenando Vaccari e propondo que renunciasse.
Precisamos de uma ética nossa, própria, adequada ao nosso projeto político.
Podemos Imaginar como será essa ética apropriada aos petistas e ao seu projeto de poder a qualquer custo. Nada muito diferente do que já é feito sem orientações escritas.
Reveladora a queixa de um líder em seu discurso, ao considerar a omissão dos militantes do PT, por deixar que a Av. Paulista fosse tomada pela oposição ao governo Dilma, contra a corrupção e pelo impeachment da presidente. Questionou.
Como é que deixam eles encherem a paulista tranquilamente. Cadê os black-blocks?
Não tinha nem um lá!
Certamente, o Ministério Público da Bahia ou de São Paulo, já devem estar tomando coragem ou providência, para que o orador esclareça o que foi deixado esquecido nas manifestações pacíficas de junho de 2013, infiltradas de black-blocks. Quem eram eles? Estavam servindo a quem? Foram orientados por qual partido ou entidade política?
A mobilização dos militantes da oposições foi fraca, cerca de 50 pessoas se tanto, mas o suficiente para vaiar os chefões quando passassem pela única via de acesso ao congresso.
Já os petistas eram cerca de 200 caras que sabiam bater. Foram truculentos até dentro do hotel, contra os líderes da oposição que nele se hospedaram e transitavam com camisa preta inscrito IMPEACHMENT... E os seguranças do hotel ficaram só olhando. Fui claro!
Os da oposição tiraram licença na prefeitura e contrataram um trio elétrico para o protesto.
Quando chegaram, lá pelas 15:00 h, o PT já estava com um carro de som de rua - que não requer licença especial para circular - instalado no canteiro da praça onde ficaria o trio. Chegaram 2 h antes e se instalaram. Check!
Os líderes do protesto falaram com os policiais do estado, mostraram a licença da prefeitura e pediram para retirar o carro de som. Tudo em vão! Justificaram que os petistas disseram ter feito acordo, com o pessoal do protesto, para deixar o carro de som no lugar do trio!!!
No interior do Hotel Pestana, usado pela elite do país, um salão cheio de cadeiras - a maioria vazias - servia de ribalta aos oradores que se seguiam discursando, mais para uma platéia futura assistir em vídeo com edição empolgante.
Foram 800 delegados petistas usufruindo o melhor que o capitalismo burguês oferece aos coxinhas das zelite. Com as refeições incluídas na diária, o custo ficou em R$ 4 milhões.
Com a chegada de Lula e Dilma a maioria dos 800 delegados petistas adentraram ao salão e escutaram emocionados seus discursos. A presidente afirmou com muita veemência a necessidade de governar com o apoio do PT. Aplausos!!!
Lula pode ter deixado os crentes preocupados ao dar uma de pastor e pedir que os militantes e simpatizantes que votam no PT, voltassem a pagar um "dízimo" mensal que permitisse o partido levar seus projetos avante.
É significativo que, após décadas surfando em altas ondas de bonança, o PT precise da contribuição de seus afiliados. A fonte do petrolão e das demais empreitadas do Clube parece que está secando. Tudo bem que ainda tem dinheiro lá fora, mas tem muitos países de olho nos desvios promovidos pelos corruptos.
Então, o melhor mesmo é lançar publicamente o pedido de 'dizimo". Assim os crentes em Lula pagarão de seu próprio dinheirinho, como também os militantes que depositarão como afiliado o dinheiro da corrupção, lavando e legalizando os recursos do PT. Gênio!
José Dirceu, publicamente, sempre se negou a pagar o dízimo! Deve ter seus motivos. Os demais chefões nada declararam, nem precisam. Se pagassem 10% do que arrecadam o PT não teria qualquer dificuldade com recursos financeiros.
O risco maior ainda continua no Supremo Tribunal Federal - STF, onde os últimos recursos vão parar. Atualmente está preenchido com juristas envolvidos com o partido do governo. Esta semana o recém empossado ministro Luiz Edson Fachin, declarou o óbvio:
Delação não é prova!
Alguma dúvida?
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