De acordo divulgado pelo site The Intercept Brasil, os celulares do juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dellagnol foram interceptadas de 2015 a 2019, através vulnerabilidades existentes no aplicativo de mensagens Telegran, originário da Rússia.
Certamente, muitas outras autoridades também foram ou são interceptadas em suas comunicações, com claro objetivo de chantagem e interesses escusos.
A pergunta primeira do investigador é: A quem interessa o crime de interceptação de celulares de agentes-chaves, ligados à Operação Lava Jato?
De acordo com o site divulgador, o criminoso gravou conversas que preenchem 1.700 páginas, recebidas de uma fonte anônima, que se dizia ansiosa para divulgar as conversas.
Pelo dito, estrai-se que o criminoso já detinha essas gravações há pelo menos três anos.
Por que não divulgou antes? Eis a questão.
O objetivo que transparece, era postergar a divulgação na esperança de flagrar conversas que confirmassem a tese da defesa do ex-presidente Lula, de que o juiz Moro não demonstrava imparcialidade, estava a serviço do PSDB, da CIA, das elites, e que promovia perseguição política ao réu... E com isso, pedir a anulação do julgamento. Xeque mate!?
Essa tese não se sustenta quando confrontada com os fatos reais registrados.
Vejamos. Lula foi investigado pelos procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, pela Polícia Federal (PF), condenado pelo então juiz Moro, condenação confirmada em segunda instância a qual ainda ampliou a pena dada por Moro.
Após essa sentença condenatória, Moro emitiu mandado de prisão, cumprido pela PF após contumaz encenação petista.
A parcialidade e perseguição se dissolve num toque, ante a constatação de que Moro julgou, condenou ou absolveu cerca de mil pessoas, arroladas pela Operação Lava Jato, pertencentes aos mais diversos partidos políticos, empresas privadas e estatais.
As conversas das centenas de páginas gravadas, tem como alvo à Operação Lava Jato e como objetivo levantar suspeição de parcialidade e perseguição por parte do juiz Moro.
Mencionam o caso do triplex no Guarujá e o comentário de Moro a Dellagnol sobre a falta de ação concreta durante mais de mês por parte do MP.
Para o universo de fatos de corrupção, a ausência de operação causa espécie a Moro e à população de bem, que torce pelo sucesso da Lava Jato.
Com o pedido de exoneração em 16/11, para assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro, o juiz Sérgio Moro, deixou de ser o juiz de primeira instância.
Foi substituído pela juíza Gabriela Hardt, que também teve haqueado seu celular.
O criminoso esperou mais sete meses torcendo para que Moro dissesse alguma coisa que atestasse a parcialidade e perseguição política contra o ex-presidente Lula, preso em Curitiba-PR.
Pelo visto, foi em vão, pois as conversas divulgada, como se fossem "provas" de parcialidade e perseguição política, são todas anteriores a 2018.
Se tudo o que foi considerado de mais grave pelo site The Intercept Brasil se resume às conversas divulgadas, fica sem sustentação a tese básica da defesa de imputar parcialidade e perseguição ao juiz Sérgio Moro.
Isso ficou patente na condenação - por unanimidade - no julgamento em segunda instância, que ainda aumentou a pena sentenciada pelo juiz Moro.
Além disso, na mesma linha de raciocínio, houve rejeição de mais de uma centena de recursos impetrado pela defesa de Lula, não pelo juiz Moro, mas sim pelos tribunais superiores: Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a exposição clara de que o objetivo era atentar contra a Lava Jato para reforçar a tese de parcialidade e perseguição por parte de Moro, visando anular o julgamento que condenou Lula, o criminoso entrou em contato na noite de 12/6 com o procurador José Robalinho Cavalcanti, ex-presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República e candidato à lista tríplice para escolha do novo procurador-geral da República, usando celular do procurador militar Marcelo Weitzel, ex-procurador-geral da Justiça Militar e atualmente conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público. Passou áudio demonstrando espanto, pois seria divulgado à imprensa, buscando obter algum comentários contra a Lava Jato.
Ao final, afirmou que não era Marcelo e sim o hacker invasor, declarando-se - sem que lhe fosse perguntado - não ter partido, nem ideologia e ser apenas um servidor da TI (Tecnologia da Informação)!!! Papo revelador.
Era preciso disfarçar e convencer o público de que grampeou os agentes-chaves da Lava Jato por mera casualidade, oportunidade, quase sem querer...
E ameaçou com novas divulgações de conversas grampeadas.
E ameaçou com novas divulgações de conversas grampeadas.
Essas ações orquestradas contra a Lava Jato já apontam para os mandantes interessados na escutas ilícitas e na divulgação seletiva de forma bombástica.
Desde que começou a dar resultados concretos a partir de 2014 - após o dono do posto de combustível próximo a Brasília, e também chefe da quadrilha, usar o telefone fixo sob escuta da PF porque seu celular caíra no vaso sanitário - a Operação Lava Jato já sofreu todo tipo de ataque.
Superou a todos com lucidez e tenacidade por parte dos procuradores, agentes, delegados, juízes e ministros.
E vai superar mais esta e muitas outras que virão no rastro das investigações aos gangsteres instalados nas altas cúpulas do poder nas últimas décadas.
E vai superar mais esta e muitas outras que virão no rastro das investigações aos gangsteres instalados nas altas cúpulas do poder nas últimas décadas.
Vida longa à Lava Jato, é o que todo brasileiro de bem deseja e acredita.
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