Assistimos em divulgação massiva das grandes mídias o confronto entre a indignação de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a de Jair Messias Bolsonaro, presidente do Brasil.
De um lado, o filho indignado com as palavras do presidente da República que, ao falar sobre a decisão da Justiça que considerou o homem que atentou contra a vida do então candidato Jair Bolsonaro, disse que as investigações não alcançaram os mandantes do atentado porque a OAB, impediu que os celulares dos advogados de Adélio Bispo fossem periciados.
O pedido dessa perícia foi feito através do Ministério Público Federal (MPF), pela fato de que advogados de banca, famosa e cara, saírem de Brasília a Juiz de Fora, onde Adélio fora preso, poucas hora após o atentado, em jatinhos particulares e helicóptero.
Inicialmente, foi divulgado serem pagos por uma igreja evangélica frequentada por Adélio, o que foi desmentido pelos pastores responsáveis.
Após muitas especulações, o assunto foi saindo do foco da mídia, mas continuava no radar da Polícia Federal (PF), que fez busca e apreensão em locais onde os advogados atuavam.
Nessas buscas, foram coletados celulares dos advogados e a PF se preparava para acessar os dados, que revelariam quais os interessados em defender Adélio Bispo.
A OAB entrou com recurso legal e obteve decisão favorável, que impediu a perícia dos celulares. E até hoje, não se tem conhecimento de quem paga os advogados de defesa de Adélio Bispo, que foi absolvido pelo juiz Bruno Savino da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora - MG, por ser considerado inimputável, de acordo com laudos de psicólogos e psiquiatras, que concluíram ser o réu portador de doença mental definida como "transtorno delirante persistente" e, por isso, deverá permanecer internado em hospital psiquiátrico, apartado do convívio social.
Essa contextualização se fez necessária para melhor entendimento da questão.
Nesse primeiro momento, Bolsonaro fala que se Felipe Santa Cruz quisesse saber sobre a morte de seu pai, ele contaria, mas duvidava que acreditasse por ser difícil enfrentar a verdade.
Posteriormente, Bolsonaro diz que o pai de Felipe, Fernando Santa Cruz Oliveira, integrante da Ação Popular, grupo mais sanguinário e violento de Pernambuco que fazia oposição ao regime militar (1964-1985), havia sido morto pelos próprios companheiros, que consideraram a vinda dele de Pernambuco para o Rio uma transgressão que ameaçava a segurança e sobrevivência do grupo.
Bolsonaro afirmou ainda que sua vivência o fez chegar a essa conclusão.
Do outro lado está Bolsonaro, indignado com Felipe Santa Cruz por ter impedido, através recurso judicial da OAB, a perícia nos celulares dos advogados de Adélio , que poderia resultar em pistas que levariam até os mandantes do atentado, visto o elevado custo com os quatro advogados.
Além disso, um registro de entrada de Adélio na Câmara Federal em Brasilia, no mesmo dia do atentado 6/9/18, tentava obter álibi para o réu, caso tivesse escapado sem ser preso.
Esse recurso da OAB pode estar impedindo que os mandantes sejam investigados e conhecidos, o que deixa a vítima da facada em incomoda situação de permanente aguardo de um outro atentado.
Confinado em manicômio pelo resto da vida, Adélio Bispo vai ter tempo de sopesar se valeu a pena a empreitada, e na possibilidade de ser "suicidado" de repente em queima de arquivo.
Desvendar as ocorrências, tanto do desaparecimento do pai de Felipe Santa Cruz quanto do atentado ao candidato Jair Bolsonaro, deveriam ser de interesse de todos, afinal a verdade sempre nos liberta das tensões.
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