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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Covid-19 farsa dos óbitos na Bahia


Transcrição de parte da entrevista dada pelo Coordenador do Conselho de Crise da Covid-19, do governo do Estado da Bahia, o infectologista Dr. Roberto Badaró, ao radialista e ex-prefeito da cidade de Salvador, Mário Kertész, ocorrida no dia 10/06, na Rádio Metrópole.
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Dr. Roberto Badaró - O fato é a observação que a gente faz. E outro fato que vem da observação, que é simples: quantos casos eu tive ontem e quantos casos eu tenho hoje. 
Se a razão entre os casos de hoje dividido pelos casos de ontem, for superior a 1, a magnitude disso vai dizer a quanto a epidemia está andando.

Nós aqui no Brasil, infelizmente, os dados de óbitos neste período de epidemia, está muito difícil de entender. Vou dar um exemplo simples.

No meu hospital, lá no Hospital Espanhol, 40% dos doentes que eu recebo lá não tem covid. Não tem covid! E morre. Mas o atestado de óbitos está lá: covid. Porque tem lá três campos no Atestado de Óbito, aí ele vem como suspeita de covid, então ele entra na estatística da covid. Então é preciso que se veja isso com, realmente, com bastante critério. Não pode você é...

Mário Kertész interrompe perguntando - Eles tem morrido de que, Badaró?

Morre do que já se morreu sempre: morre de AVC, morre de doença cardiovascular, insuficiência do pulmão, diabetes...

O Brasil tem que olhar essa estatística, há uma incidência razoável, porque o nosso sistema de saude não faz medicina preventiva, faz muito mal. 

O indivíduo é diabético e ele deixa de tomar a sua insulina, ele faz uma certa acidose e vai a UPA e morre. 
Ontem uma pessoa ligou, lá da UPA.
- Doutor me vê uma vaga aí no seu hospital. Tem uma senhora entubada que precisa de um leito de UTI. 
- E o que a senhora tem? 
- Ela está com suspeita de covid, porque a irmã teve covid, mas ela está com uma glicemia acima de 1000. 
Aí eu disse: isso é acidose diabética. Aí ela teve uma falência respiratória e entubou. 

Isso é covid, Mário? Isso é covid?

Não é. Mas agora ela, pra poder ter acesso a uma UTI, aí o nego bota lá: covid. Aí ela vai pro hospital. Se não tiver covid, vai correr o risco de adquirir covid no hospital. 
Não é esse risco assim, de dizer que é 100%, porque se toma todos os cuidados, em separar um leito do outro, há toda uma estratégia para isso. Mas corre o risco.

Mas quando o paciente entra num hospital de covid e ele morre lá por causa de uma acidose, por causa de um AVC, ele entra na estatística da covid.

Estou tendo muita dificuldade, estou sendo bastante honesto, de entender esses dados de mortalidade, se eles são puros, só de covid ou se nós estamos acumulando, já a deficiência... É que agora há recusa formal quando o paciente não tem covid. Ele chega numa UPA, ele é deixado pra trás. Ele vai ser atendido depois, se não for uma suspeita direta de insuficiência respiratória. 
Então nós estamos tendo, realmente, um choque muito grande no sistema de saude.
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REPERCUSSÃO 

Para o médico urologista Modesto Jacobino, as declarações de Badaró são graves e precisam ser apuradas. 
Ele observa que os médicos que fazem declaração falsa para encobrir a verdadeira causa da morte cometem crime de falsidade ideológica, que além das penalidades previstas no artigo 229 do código penal, podem levar à cassação do registro profissional. "Badaró não falou de 1% ou 2%, ele falou em 40%. 
Isso representa um grande contingente de famílias estigmatizadas por uma doença que não permite o direito de visitar seus entes queridos no hospital, de velar seus corpos num funeral comum e nem mesmo de receber o valor do seguro de vida, que as seguradoras se negam a pagar por se tratar de uma pandemia. 
É uma situação que tem consequências muito drásticas para as famílias das vítimas, um caso de polícia", pontuou. 
Jacobino ingressará com uma denúncia ao Cremeb (Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia). Ele entende que o caso merece ampla investigação, para além da esfera de atuação do Hospital Espanhol, que apure se existe alguma orientação aos médicos intensivistas na Bahia para atestar óbitos por coronavírus de forma fraudulenta, a exemplo do que foi denunciado pelo sindicato dos médicos do Ceará ao Ministério Público. 
Isso teria ocorrido com a aposentada Antônia dos Santos, 98, que morreu em 19 de maio. "Minha avó não estava com febre, não estava tossindo, tinha uma massa de 7,5 cm de diâmetro no intestino que provocou sangue nas fezes, identificada por um ultrassom e, mesmo assim, a médica queria declarar que ela tinha falecido por causa de coronavírus", relata a recepcionista Gabriela Silva, 35. 
"Foi quase meia hora de discussão com a nossa família para ela voltar atrás e declarar que a causa da morte foi insuficiência respiratória aguda". 
O médico e vereador Cezar Leite (PRTB) anunciou pelas redes sociais ter dado entrada no Ministério Público Federal e no Cremeb, solicitação para investigar a situação do Hospital Espanhol e demais hospitais de Salvador. 

Veja mais em: 
https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/06/11/40-dos-obitos-do-hospital-espanhol-nao-sao-por-coronavirus-diz-diretor.htm?cmpid=copiaecola



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