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quarta-feira, 3 de junho de 2020

Protocolo Pré-Hospitalar da Covid-19

A Dra. Cristiana Altino de Almeida foi uma das coordenadoras do esforço que reuniu 43 médicos de diferentes especialidades para elaborar o PROTOCOLO BRASILEIRO DE TERAPIA PRÉ-HOSPITALAR DA COVID-19.

O documento foi publicado ontem e se concentra nos cuidados recomendados para se evitar ou minimizar a hospitalização. É inédito, visto que a maioria dos estudos internacionais publicados até o momento tratam dos cuidados exigidos por pacientes de UTI em estado grave. 
O documento foi disponibilizado publicamente em 26.05 e pode ser baixado do endereço: 
< bit.ly/2B9WhMH >.

Ao concluir o trabalho a Dra. Cristiana não pode conter o desabafo que transcrevo a seguir:

"Hoje o cansaço não me deixa escrever o que está explodindo na minha alma e na de todas as pessoas que já estão saturadas das mentiras, do viés político, da insanidade, das pilhas de cadáveres que se amontoam no Brasil, nas portas dos institutos médico legais esperando um atestado de óbito por COVID-19.

Qualquer leigo pode entender alguns pontos básicos:

1 - COVID-19 não é uma pneumonia viral, no modelo das pneumonias por Influenza ou por H1N1, que matam um número quase equivalente de pessoas todos os anos, em todos os países do mundo mas em tempo lento, o que não satura os serviços de saúde. Ou como foram as epidemias de SARS e de MERS.

Dra. Cristina Altino de Almeida, especialista em
Medicina Nuclear e Imagem Molecular, atuando
no Real Nuclear, o serviço de Medicina Nuclear
do Real Hospital Português de Recife-PE
2 - COVID-19 é uma doença complexa que primeiro apresenta uma fase viral onde o vírus se replica e invade as células de nosso corpo, ricas nos receptores chamados ECA-2. Nessa fase devemos atacar a doença impedindo a replicação viral e sua ação nociva e sistêmica ao nosso corpo. Os tecidos ricos nesses receptores são os pulmões, o endotélio vascular, o sistema gastrointestinal, o sistema nervoso central. Essa diversidade de ataques a diferentes sistemas de nosso organismo explica a complexidade e a apresentação clínica dessa doença terrível.

3 - Em seguida se instala a resposta do nosso corpo chamado de hospedeiro que é uma resposta inflamatória terrível e crescente, fazendo a doença evoluir para diversas formas, desde as chamadas "pneumonias", a sintomas digestivos tipo diarreia, a sintomas neurológicos tipo a perda de olfato e de paladar, a lesões graves cardiovasculares incluindo miocardite, a cefaleias resistentes a drogas, provavelmente também relacionadas ao processo inflamatório, a encefalites, a adenites mesentéricas, a tromboses, a distúrbios de coagulação. Parte decorrente de micro trombos. Nessa fase inflamatória inicial ainda há replicação ou multiplicação viral e portanto drogas antivirais podem funcionar associadas a anticoagulantes e a doses altas de corticosteroides. Nessa fase há tosse seca, falta de ar, cansaço extremo, hipoxia medida pelo oxímetro digital.

4 - A fase seguinte é de uma hiper inflamação que leva a uma tempestade de citoquinas e a outros problemas muito graves, como sepse, choque, falência múltipla de órgãos. 
Nessa fase os tratamentos são hospitalares e de terapia intensiva.

5 - Muitos países usam protocolos baseados em Hidroxicloroquina, Azitromicina (que potencializa o efeito da primeira) e Zinco que também ajuda no combate à multiplicação viral. Ivermectina também é usada e é a base de protocolos em alguns países.

Dra. Marina Bucar, trabalhou no atendimento de
pacientes da covid-19 na Espanha e veio aplicar
sua experiência em sua terra natal, nos hospitais
da cidade de Floriano, no Maranhão.
6 - Os países que adotaram o tratamento precoce mostram uma letalidade abaixo de 1%. Podem avaliar no Mapa COVID-19 do Johns Hopkins ou em vários serviços que avaliam número de casos acumulados, número de casos novos, letalidade (número de mortes / número de infectados) e número de curados. Olhem os números da Arábia Saudita, dos Emirados Árabes, da Argélia, do Marrocos, da Rússia, de Marselha na França, de New Brunswick no Canadá, de Belo Horizonte - MG no Brasil, de Floriano no Maranhão, dos hospitais e planos de saúde que adotaram o protocolo de tratamento pré hospitalar tipo Prevent em São Paulo, Hapvida no Brasil e vários hospitais da Unimed. Vejam a experiência de milhares de médicos que estão tratando voluntariamente de casa ou de seus serviços pacientes nessas fases. Quase sem óbitos.

7 - A Hidroxicloroquina é usada há mais de 70 anos para tratamento da Malária e atualmente sem riscos importantes para pacientes crônicos de todas as idades de lúpus e de artrite reumatoide. Todo médico generalista ou reumatologista sabe usar essa droga de forma eficiente e sem efeitos colaterais importantes. Tem risco? Todos os medicamentos apresentam riscos e contraindicações em suas descrições farmacológicas que pode ser lida nas bulas.

8 - A Hidroxicloroquina junto com os medicamentos que potencializam seu efeito só pode ser utilizada e só pode ser eficaz enquanto há replicação viral, no primeiros dias dos sintomas.

9 - O The Lancet virou um panfleto político, quando em editorial comenta uma frase fora de contexto do Presidente Bolsonaro que eles traduziram como "So What" e que gerou uma resposta exemplar e perfeita de Dr. Hildo Azevedo, um de nossos maiores nomes na medicina pernambucana e reconhecido mundialmente. The Lancet publicou um trabalho de grande repercussão mundial mostrando que a Hidroxicloroquina não funciona. Em que pacientes? Os mais graves, nas fases inflamatórias com hipóxia ou nas fases de hiper inflamação. Inclusive em pacientes com problemas cardíacos que formalmente contraindicavam o uso desse medicamento. 
O que esperavam desse remédio nessas fases? Não dá para entender como médicos conceituados assinam um artigo desses e como esse artigo está sendo jogado aos quatro ventos como uma das publicações definitivas contra a Hidroxicloroquina.

10 - O que explica esse ódio mortal à tentativa de salvar pessoas atingidas por um vírus novo, cujo mecanismo de ação foi esclarecido recentemente e que continua sendo estudado em todos os lugares do mundo?

11 - Quais os interesses em jogar a favor do vírus com esse academicismo cego e quase fanático, com essa hipocrisia que nem tolero mais de confinamentos sem distanciamento social adequado, sem medidas de proteção ao paciente sabidamente infectado que é mandado para casa com a receita de Paracetamol?

12 - Precisa desenhar?

13 - Só não consigo entender os interesses, que são para mim escusos, em condenar a Hidroxicloroquina como a droga mais perigosa da medicina. Ou em condenar à morte milhares de pessoas que não sabem mais do que ter medo. Medo de ficar em casa. Medo de ir aos hospitais e terminar numa unidade de terapia intensiva esperando a entubação, feita em vários municípios por pessoas inexperientes e médicos convocados para a linha de frente sem o treinamento adequado. Medo de tomar Hidroxicloroquina, depois de tanta divulgação de seus efeitos colaterais possíveis mas não frequentes, medicamento que antes tomariam da maneira como tomam Paracetamol?

14 - O Medicare nos Estados Unidos paga três vezes mais aos hospitais por um paciente COVID-19 que por um outro paciente internado na mesma condição por outra doença.

15 - O tratamento com Hidroxicloroquina, Azitromicina e Zinco é muito barato e não há patente válida para a droga que é produzida exclusivamente na Índia.

16 - Outros tratamentos são muito caros, tipo Remdesivir, a única droga discutida no relatório do Ministério da Saúde na época de Mandetta. Custa 900 dólares por comprimido e não foi comprovada como eficaz em nenhum trabalho científico.

17 - Estamos em guerra contra uma pandemia. Milhares de pessoas estão morrendo pela COVID-19, morrendo por outras doenças não atendidas nesse momento na maioria dos hospitais, sofrendo pelo confinamento e suas consequências. 
Temos evidências tipo B2C, baseadas em experiência clínica de diversos grupos dos excelentes resultados desse tratamento pré hospitalar. 
Isso não é o suficiente para tentar salvar a vida de seres humanos e não deixar morrer pessoas jogadas cruelmente em filas de espera por um leito hospitalar?"


Nossos agradecimentos à Drª Cristiana Altino de Almeida e aos profissionais da saude que se dedicaram em estudar e registrar neste protocolo os tratamentos que estão dando certo no front de combate ao novo coronavírus. 
Acredito que haverá revisões que acrescentarão novos avanços no tratamento. É a retroalimentação a exigir dos profissionais de saude mais um esforço pessoal nessa tarefa.

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