Na semana passada, no STF (Supremo Tribunal Federal) o ministro Teori Zavascki repassou ao ministro Celso de Melo parte da investigação conduzida pela força tarefa da Operação Lava Jato.
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Ministro Teori Zavascki |
Em contínuo, esta semana o ministro Dias Toffoli propôs e conseguiu iniciar o fatiamento das investigações conduzidas pela Operação Lava Jato.
Lançou ante seus pares pergunta panfletária para convencer tocando nos brios dos menos atentos: Será que só temos um juízo no Brasil?
Senhor ministro, temos muitos juízes e, infelizmente, juízos diversos dos objetivos da Justiça. Entretanto, em toda a história do Brasil só um conseguiu provas para desvendar crimes e condenar corruptos instalados nos poderes da República, nas maiores empreiteiras e grupos econômicos do Brasil.
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Ministro Dias Toffoli |
Poucos juízes têm conhecimento dos meandros da máfia da corrupção, experiência no trato de inúmeros depoimentos, documentos, condução de delações premiadas, lucidez, sabedoria e paciência para ultrapassar as armadilhas de percurso e condenar criminosos dessa perigosa máfia. Só o Juiz Sergio Moro demonstrou que tem.
Qualquer outro, alheio à complexa sistemática da investigação em curso, será facilmente manipulado com o uso das legalidades convenientes para jogar as conclusões às calendas gregas.
Lembro que há o juiz Fausto De Sanctis, da Justiça Federal, que também é especializado em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, como o juiz Sergio Moro. Mas ele e o delegado Protógenes Queiroz da Polícia Federal, depois de um trabalho de fôlego na Operação Satiagraha, de alcançar e prender os criminosos, foram massacrados pela máfia da corrupção que permeia todos os três poderes da República e suas instituições democráticas.
O mesmo aconteceu com mais três operações anuladas pelo STE, sob argumentos típicos de proteção aos mesmos investigados agora pela Lava Jato. Foram elas: Operação Boi Barrica, Operação Chacal e Operação Castelo de Areia.
Avener Prado - 14.nov.2014/Folhapress
Procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima |
"Pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos", disse Lima à Folha de São Paulo.
Explicitado convenientemente por Toffoli, os demais ministros que aprovaram o fatiamento parecem ter acertado entre si que a Operação Lava Jato tratará apenas da corrupção na Petrobras. Mas tal como esclareceu Janot em pronunciamento durante a votação, o procurador Carlos Fernando afirma:
"O que queremos mostrar é que não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema."

Isto é, impedir que se remova das instituições governamentais do nosso país os criminosos que vêm arruinando a vida dos brasileiros há décadas.
Com essa manobra aprovada e as consequências que dela podem advir, os ministro da mais alta corte de Justiça podem estar cometendo um crime de lesa-pátria ao impedir que, finalmente, se passe o Brasil a limpo, extirpando da política, dos governos e do empresariado os criminosos corruptos.
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