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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Só há um juízo no Brasil?

Na semana passada, no STF (Supremo Tribunal Federal) o ministro Teori Zavascki repassou ao ministro Celso de Melo parte da investigação conduzida pela força tarefa da Operação Lava Jato.

Ministro Teori Zavascki


Em contínuo, esta semana o ministro Dias Toffoli propôs e conseguiu iniciar o fatiamento das investigações conduzidas pela Operação Lava Jato.
Lançou ante seus pares pergunta panfletária para convencer tocando nos brios dos menos atentos: Será que só temos um juízo no Brasil? 

Senhor ministro, temos muitos juízes e, infelizmente, juízos diversos dos objetivos da Justiça. Entretanto, em toda a história do Brasil só um conseguiu provas para desvendar crimes e condenar corruptos instalados nos poderes da República, nas maiores empreiteiras e grupos econômicos do Brasil.

Ministro Dias Toffoli
Poucos juízes têm conhecimento dos meandros da máfia da corrupção, experiência no trato de inúmeros depoimentos, documentos, condução de delações premiadas, lucidez, sabedoria e paciência para ultrapassar as armadilhas de percurso e condenar criminosos dessa perigosa máfia. Só o Juiz Sergio Moro demonstrou que tem. 
Qualquer outro, alheio à complexa sistemática da investigação em curso, será facilmente manipulado com o uso das legalidades convenientes para jogar as conclusões às calendas gregas. 
Lembro que há o juiz Fausto De Sanctis, da Justiça Federal, que também é especializado em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, como o juiz Sergio Moro. Mas ele e o delegado Protógenes Queiroz da Polícia Federal, depois de um trabalho de fôlego na Operação Satiagraha, de alcançar e prender os criminosos, foram massacrados pela máfia da corrupção que permeia todos os três poderes da República e suas instituições democráticas. 

O mesmo aconteceu com mais três operações anuladas pelo STE, sob argumentos típicos de proteção aos mesmos investigados agora pela Lava Jato. Foram elas: Operação Boi Barrica, Operação Chacal e Operação Castelo de Areia.                                     
                                        Avener Prado - 14.nov.2014/Folhapress
Procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima

Após a aprovação do fatiamento, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima manifestou preocupação de que a decisão do STF ameace o futuro das investigações em curso.

"Pode significar o fim da Lava Jato tal qual conhecemos", disse Lima à Folha de São Paulo.

Explicitado convenientemente por Toffoli, os demais ministros que aprovaram o fatiamento parecem ter acertado entre si que a Operação Lava Jato tratará apenas da corrupção na Petrobras. Mas tal como esclareceu Janot em pronunciamento durante a votação, o procurador Carlos Fernando afirma: 
"O que queremos mostrar é que não estamos investigando a Petrobras. Nós nem começamos a investigação por ela. Estamos desvelando a compra de apoio político-partidário pelo governo federal, por meio de propina institucionalizada nos órgãos públicos. Se não reconhecerem isso, vai ser um problema."
Gilmar Mendes disse em bom português qual o verdadeiro objetivo dessa manobra que resultou no precedente para o fatiamento: impedir que as investigações continuem com o mesmo vigor, abrangência e resultados. 
Isto é, impedir que se remova das instituições governamentais do nosso país os criminosos que vêm arruinando a vida dos brasileiros há décadas.
Com essa manobra aprovada e as consequências que dela podem advir, os ministro da mais alta corte de Justiça podem estar cometendo um crime de lesa-pátria ao impedir que, finalmente, se passe o Brasil a limpo, extirpando da política, dos governos e do empresariado os criminosos corruptos.



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