Um artigo do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, na Folha de
São Paulo, com o título pretensioso de “Desvendando Moro”¹, repercutiu na mídia semana
passada.
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O juiz Moro reage às ameaças
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Não porque o autor compara o juiz Sergio Moro com o frade dominicano
Girolano Savonarola, chamando a ambos de "justiceiros messiânicos" - personagem de triste memória que aterrorizou a cidade de Florença,
na Itália do século XV, na condução de um tribunal da Inquisição - mas por causa
de uma carta enviada à Folha pelo juiz Moro. Nela Moro chama atenção àquele
jornal por veicular artigo com ameaça de morte à sua pessoa.
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Estátua de Girolano Savanarola
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Ocorre que o professor Rogério Leite, após expor as crueldades
do inquisidor Savanarola, relembra do triste fim que levou. Condenado pela
Igreja foi enforcado e seu corpo queimado... E encerra seu artigo dizendo: “Cuidado,
Moro, o destino dos moralistas fanáticos é a fogueira.” Essa ameaça, típica de mafiosos, passou em branco.
Na Bahia de governadores e ministros já na fila da Lava Jato, o que foi
ressaltado pelo colunista Elio Gaspari no Correio de (16/10/16) e, posteriormente, pelo editorial de A TARDE (22/10),
foi a parte da carta em que o juiz Moro considera que não deveria ser acolhido à publicação, um
texto que venha “sugerir atos de
violência contra o ora magistrado”.
As palavras de imediato repúdio de Moro à opinião panfletária
do artigo, que visa colar no coordenador da Lava Jato a pecha de juiz cruel e
prepotente, foram consideradas pelos defensores dos investigados, julgados e condenados
por Moro e por outros magistrados, como uma tentativa de censura semelhante a
que existiu durante a Ditadura Militar!!!
Elio Gaspari infere no último parágrafo de seu texto que “A
contrariedade de Moro produziu uma surpresa: que há algo de Savanarola no seu
sistema”.
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Equipe da força-tarefa da Lava Jato
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Inacreditável a capacidade de análise do colunista visto que o “sistema”
utilizado pelo juiz Moro é o do Judiciário brasileiro baseado na Constituição,
aplicado da forma mais transparente, lúcida jamais vista a ponto de apesar de
todas as interferências sinistras contra a Lava Jato, ela vem recolhendo um a
um os criminosos atrás das grades e recuperando bilhões de reais roubados - seja na política, na empresa privada ou nas instituições
republicanas. Essa justiça constitucional praticada por Moro é o fiel cumprimento das leis, que não se confunde com "intolerância moralista", como rotula Rogério Leite.
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Execução de Savanarola
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Já o jornal A TARDE demorou alguns dias para ser convencido a
repercutir a carta de Moro. Em compensação, redigiu editorial recorrendo com presteza
ao artigo 5º da Constituição Federal, para condenar a opinião de Moro à Redação
da Folha: “É livre a manifestação do pensamento; é livre a expressão da atividade
intelectual, artística, científica e de comunicação independente de censura”. E
mais adiante junta os dois textos constitucionais que deixa à mostra a verdadeira intenção do editorialista ao escrever que - nada mais fez o jornal (FSP) do que
cumprir, à risca, o que estabelece a Lei Maior: permitir a “manifestação do
pensamento”, “independente de censura”.
Quem tem mais de dois neurônios funcionando percebe a forma
tendenciosa e pouco jornalística usada nesse e em outros trechos do editorial enjambrado. Critica a opinião de Moro expressa na carta e sugere que, no caso de se sentir ofendido, o caminho é processar o autor conforme a lei.
Que se processe, mas nada impede de que seja dada de imediato uma resposta ao agressor e satisfação aos leitores através do mesmo veículo, dando-lhe oportunidade a uma retificação.
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Sérgio Moro fez a diferença
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Como se vê, os membros da Organização Criminosa instalada nos
poderes da República continuam usando e abusando de qualquer coisa para distorcer e confundir a opinião pública, com o único objetivo de insultar, provocar, desqualificar
e desconstruir a reputação que o juiz Sérgio Moro tem aqui e no mundo.
Ainda mais, quando se é conselheiro de editoria da Folha, como é o caso do professor Rogério Cerqueira Leite!
Entretanto, os profissionais da imprensa, jornalistas e cidadãos de bem sabem que é o trabalho corajoso
e competente da força-tarefa da Operação Lava Jato, coordenada pelo juiz Sérgio
Moro, que permite termos hoje esperança de, finalmente, remover das governanças e
das instituições republicanas os canalhas criminosos que saqueiam o país e
infelicitam o nós, povo brasileiro, há décadas.
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Nota:
1. O artigo "Desvendando Moro" pode ser lido no link: <http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2016/10/1821713-desvendando-moro.shtml >
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