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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Mal acostumados

Muitos políticos não estão acreditando que a força-tarefa da Lava Jato está mudando o Brasil para melhor. 

Deltan Dellagnol, procurador do MPF na Lava Jato

Estavam acostumados a descumprir as leis e ficar por isso mesmo. 

A impunidade fazia parte do sistema. Tinha sido institucionalizada.

No máximo uma renúncia, cassação e perda de direitos políticos, que não impediam de continuar cometendo crimes até o retorno ao posto anterior. 

A maioria dos processos era arquivada por falta de indícios relevantes. 
É claro, só podia ser. Não havia investigação! 

Os Tribunais de Contas, o Ministério Público e a Polícia Federal eram desestimulados e dissuadidos - de diversas formas - a fiscalizar e investigar, de modo que o STF não tinha dificuldade de rejeitar ou arquivar denúncias. 

Com o Mensalão as coisas começaram a mudar. A Lava Jato veio confirmar que as leis devem ser cumpridas. 

Para quem estava acostumado a descumpri-las, estranha quando há empenho nas investigações, processo, prisão, multa, devolução do roubo... 

São esses os motivos que levam as organizações criminosas, instaladas nas mais nobres instituições da República, a tentar deter a Lava Jato. De qualquer maneira! 

Com o apoio dos cidadãos de bem, a Lava Jato continuará investigando os que não cumprem as leis. 
Trabalho esse que não era feito com competência e destemor há muito tempo. 

Juiz Sérgio Moro na força-tarefa da Lava Jato
Estamos vivendo um tempo histórico muito especial. 

A decisão do ministro Teori Zavascki, de trabalhar durante o recesso do Judiciário, e o apoio dado pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para organizar a documentação da delação premiada da Odebrecht, nos dá muitas esperanças de um 2017 digno de ser celebrado com justiça, ética, competência, lucidez, honestidade...

Comunicado público da Odebrecht: confissão de culpa e compromissos de correção.

* Texto veiculado no site Migalhas: < http://www.migalhas.com.br/Leitores/250817 >

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