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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Contra-ataque da OrCrim

Os deputados, senadores e partidos políticos - membros da Organização Criminosa (OrCrim) investigados pela Operação Lava Jato -  estão seguindo abertamente o mesmo roteiro utilizado pelos "políticos" italianos para anular todas as condenações decorrente da Operação Mãos Limpas.

Depois que a sociedade italiana arrefeceu as manifestações populares contra os políticos corruptos-corruptores, os parlamentares de lá aprovaram várias leis que impediam a punição dos corruptos, anistiavam os já condenados e legalizavam os ilícitos cometidos por eles próprios, em ampla, imoral e descarada autoanistia. 

As manifestações, que tomaram força após o assassinato pela máfia de várias testemunhas e dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, deixaram de ocorrer, a sociedade achou que o combate à corrupção já fora ganho.

Aproveitando a falta de vigilância por parte da opinião pública os parlamentares italianos conseguiram reverter todos os benefícios obtidos pelas investigações e punições dos envolvidos em crimes contra a Nação. 

Ontem (7), quando o STF pautou julgamento de contas eleitorais, foi aprovado pelos "parlamentares" o pedido de urgência para o projeto de lei que vai impedir o STF cassar partidos políticos que fraudaram as prestações de contas.  O pedido foi aprovado por 314 votos contra 17. Só o PSOL votou contra.

O desrespeito ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a desfaçatez - antes e no dia seguinte à votação - e o deboche explícito à opinião pública que quer passar o Brasil a limpo, são atitudes próprias dos canalhas.
Pode ser até que nem todos os 314 deputados que votaram pela urgência do projeto sejam canalhas. 
Mas agiram como se fossem.

Isso ficou bem visível no dia seguinte nas declarações de senadores que votaram a favor a urgência, que na TV passaram a condenar a aprovação da urgência no maior descaramento.

Parecia até que ninguém tinha votado a favor! A ponto de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mudar completamente o discurso e declarar que o projeto não será aprovado do jeito que está!? 

Recuaram ao perceber a forte reação da sociedade nas redes sociais, das instituições democráticas e da imprensa.

Esperavam que, com o caos em Vitória e demais cidades do Espírito Santo, devido ao motim dos policiais militares, ninguém iria perceber a votação feita após a edição dos principais jornais televisivos. Depois de aprovada, seria fato consumado.

Foi semelhante à aprovação da 10 medidas contra a corrupção, totalmente desfigurada em sua intensão básica de punir os corruptos e prevenir as múltiplas formas desse crime.
Votada e aprovada no Senado, foi também aprovada na Câmara. Imaginavam também que era fato consumado até que o ministro Toffoli aceitou pedido de anulação dessas votações e, agora, tudo terá de ser refeito com a proposta original do projeto, sob olhar atento da imprensa e dos cidadãos de bem.

Nesse caso, aproveitaram o trágico acidente com o avião que levava jogadores e comitiva a Chapecoense a Bogotá e, durante a madrugada, aprovaram um projeto que ameaçava a todos os servidores públicos (procuradores, juízes, delegados, agentes, desembargadores, etc.) que, cumprindo suas funções constitucionais, atuassem contra os membros da Organização Criminosa que saqueia os recurso do País há décadas.  

A sociedade brasileira, suas associações representativas e a imprensa precisam demonstrar de forma contundente e decisiva, seu repúdio a esses criminosos travestidos de parlamentares.

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