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terça-feira, 18 de abril de 2017

Cinco tons escuros do caixa 2


Uma proposta vem sendo colada na mídia por inúmeros políticos citados nas delações da Odebrecht e seus amigos. 

É a ideia de que existe caixa 2 do bem e caixa 2 do mau! 
Há caixa 2 para uso na campanha política e caixa 2 usada para o enriquecimento dos solicitantes e sua turma. 

Enfim, o objetivo principal dessa campanha é livrar a grande maioria dos políticos e governantes da punição por uso de recursos não declarados aos Tribunais Eleitorais, por falsidade ideológica, crime eleitoral, sonegação fiscal...

A campanha pela impunidade vem sendo feita através de declarações e comentários de citados nas delações, por defensores bem situados nos Três Poderes da República e “avulsos” nas redes sociais e na grande imprensa, visando colar na mente da população que os milhões de reais em “ajuda” a políticos, governantes e partidos têm gradações de responsabilidade e variações nas penas a serem definidas.

O procurador Sérgio Bruno Cabral Fernandes (MPF-DF), alocado à força-tarefa da Lava Jato, já esclareceu de forma cabal a Emílio Odebrecht e a todos, que o caixa 2 é desculpa para obter recursos milionários: seja para custear os gastos nos períodos de campanha eleitoral, seja nos períodos em que não há eleições. Essa última vem com a desculpa de pagar "dívidas" de campanha. 
Desse modo, a propina paga por com caixa 2 permanece atuando durante todo tempo e também serve de desculpa aos "doadores" para obtenção de vantagens ilícitas.

Como exercício, faço a seguir uma proposta de gradação em cinco tons escuros do caixa 2:


   1. Recebeu através do partido e não sabia quem tinha dado – culpado por cumplicidade implícita.

  2. Recebeu mas não sabia da origem ilícita – culpado por sonegação fiscal, falsidade ideológica, abuso econômico, atentado à democracia e às normas legais.

  3. Recebeu e sabia da origem ilícita – idem, idem acima e corrupção passiva.

  4. Recebeu porque pediu “ajuda” – idem, idem acima e  corrupção ativa.

   5Recebeu porque pediu “ajuda” em troca de “apoio” nas votações no Congresso, nas medidas de governo ou em outra contrapartida qualquer – todas as anteriores e mais o crime de lesa-pátria.

Conclusão: não tem inocente no uso de caixa 2.



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