Uma proposta vem sendo colada na mídia por inúmeros políticos citados
nas delações da Odebrecht e seus amigos.
Há caixa 2 para uso na campanha política e caixa 2 usada para o enriquecimento
dos solicitantes e sua turma.
Enfim, o objetivo principal dessa campanha é livrar a grande maioria dos
políticos e governantes da punição por uso de recursos não declarados aos
Tribunais Eleitorais, por falsidade ideológica, crime eleitoral, sonegação
fiscal...
A campanha pela
impunidade vem sendo feita através de declarações e comentários de citados nas
delações, por defensores bem situados nos Três Poderes da República e “avulsos”
nas redes sociais e na grande imprensa, visando colar na mente da população que os
milhões de reais em “ajuda” a políticos, governantes e partidos têm gradações
de responsabilidade e variações nas penas a serem definidas.
O procurador Sérgio
Bruno Cabral Fernandes (MPF-DF), alocado à força-tarefa da Lava Jato, já esclareceu de
forma cabal a Emílio Odebrecht e a todos, que o caixa 2 é desculpa para
obter recursos milionários: seja para custear os gastos nos períodos de campanha eleitoral,
seja nos períodos em que não há eleições. Essa última vem com a desculpa de pagar "dívidas" de campanha.
Desse modo, a propina paga por com caixa 2 permanece atuando durante
todo tempo e também serve de desculpa aos "doadores" para obtenção de vantagens ilícitas.
Como exercício, faço a
seguir uma proposta de gradação em cinco tons escuros do caixa 2:
1. Recebeu
através do partido e não sabia quem tinha dado – culpado por cumplicidade implícita.
2. Recebeu
mas não sabia da origem ilícita – culpado por sonegação fiscal, falsidade
ideológica, abuso econômico, atentado à democracia e às normas legais.
3. Recebeu
e sabia da origem ilícita – idem, idem acima e corrupção passiva.
4. Recebeu
porque pediu “ajuda” – idem, idem acima e corrupção ativa.
5. Recebeu
porque pediu “ajuda” em troca de “apoio” nas votações no Congresso, nas
medidas de governo ou em outra contrapartida qualquer – todas as anteriores e
mais o crime de lesa-pátria.
Conclusão: não tem inocente no uso de caixa 2.
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