O atual sistema político brasileiro de governança especializou-se em tirar o máximo de recursos dos cidadãos comuns. Aqueles que não formam grupos significativos de pressão política e poder econômico.
A cobrança pelos governantes de uma centena de impostos e taxas oneram cada vez mais os brasileiros, sem que haja o devido retorno em serviços públicos essenciais.
Já os grupos com poder econômico têm um tratamento inverso.
Os governantes concedem a eles vantagens econômico-financeiras muito especiais, visto que parte dessas vantagens retornarão em propina, nas mais diversas formas, a esses mesmos governantes.
O que a Lava Jato tem revelado, da relação entre governantes e grupos empreendedores, é a raiz da corrupção sistêmica praticada até então.
Com justificativas de implantar um sistema liberal de mercado para geração de empregos e desenvolvimento no País, os grupos econômicos são presenteados com redução de impostos, financiamento subsidiado, desoneração...
Por que só agora o governo "regulamentou" os juros de financiamento das dívidas dos cartões de crédito?
Por que o governo FHC, há 20 anos, liberou as tarifas de um sistema bancário onde não há concorrência? Onde os lucros são considerados imorais pelos gerentes do FMI e do BID?
Por que o ministro Gilmar Mendes pediu vista - e reteve por mais de um ano - o processo em que a FEBRABAN pleiteava não estar obrigada a cumprir o Código de Defesa do Consumidor (CDC) com seus clientes?
Por que Lula criou em 2008 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para julgar os recursos às multas lavradas contra os maiores devedores de impostos junto à Receita Federal?
Por que a Receita Federal não atualiza as tabelas do Imposto de Renda e mantém valores mínimos para descontos por dependente, educação, etc.?
Em 2015, a Câmara Federal aprovou esse reajuste, Dilma vetou, mas o veto nem entrou em pauta no Legislativo! Deputados e senadores querem é mais dinheiro no cofre para se locupletarem através de chantagens ao Executivo.
Por que foram emitidas Medidas Provisórias e Regulamentações de Mercado “na medida” para beneficiar a Odebrecht, Braskem e companhia?
Em toda e qualquer ação de governo entra negociata e propina.
Os apaniguados ocupam cargos estratégicos que disseminam o modelo desse esquema de corrupção em todos os níveis, em todas as atividades.
Enquanto a classe dos corruptos gozam de privilégios inaceitáveis até em países ricos, o cidadão brasileiro pena pela falta de Segurança, Saude, Educação, Transporte... E ainda é chamado a pagar os déficits da Previdência Social provocados por governos incompetentes e criminosos, que gastaram a poupança acumulada pelos trabalhadores em décadas de contribuições.
Agora, o governo Temer diz não ter dinheiro em reserva para pagar os aposentados e pensionistas. Como isso pode ocorrer, se só em 2015 ocorreu o primeiro déficit significativo? E os superávits acumulados ao longo de todos esses anos, onde estão?
E ainda tenta enganar a população, em maciça campanha nos meios de comunicação, de que os aposentado de hoje são pagos com a contribuição dos que estão na ativa! Não é esse o modo de se estruturar uma Previdência.
Em rápida pincelada, o que é feito de fato em planos de previdência é acumular as contribuições de cada trabalhador, de modo a obter rendimentos que serão utilizados para pagar sua aposentadoria mais tarde.
Por ser extensa a relação dos porquês e dos casos de corrupção, incompetência e crimes de lesa-pátria, deixo aberto a cada um a lembrança de outras ocorrências, processos “esquecidos”, arquivados, abafados ou anulados pelos órgãos ditos competentes, que a Lava Jato revela à população.
E por conta disso sofre ataques contínuos de artilharia pesada por parte dos delatados, investigados, condenados e seus cúmplices.
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