A disposição de Antônio Palocci em fornecer informações detalhadas à Lava Jato, parece ter provocado essa temporada de revogação de prisão de condenados ilustres e muito próximos aos poderes da República.
Na terça-feira 25, a 2ª Turma do STF revogou a prisão domiciliar de José Carlos Bumlai, réu condenado a 9 anos e 10 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro. No mesmo dia, a 2ª Turma revogou também a prisão de João Claudio Genu, réu condenado a 8 anos e 8 meses pelo juiz Sérgio Moro por 11 crimes de corrupção e associação criminosa.
Na sexta-feira 28, o ministro Gilmar Mendes manda soltar o empresário Eike Batista, que agora ficará em prisão domiciliar. E a defesa de José Dirceu aguarda o julgamento pelo STF do pedido de habeas-corpus nessa primeira semana de maio.
O argumento usado pelos ministros que votaram contra à manutenção das prisões - Gilmar, Lewandowski e Toffoli - foi de que a fase de instruções dos processos já foi concluída e sua documentação estava em segurança, não havendo risco de destruição de provas e de obstrução da Justiça.
Não consideraram a abrangência e a complexidade dos crimes investigados pela Lava Jato que, pela primeira vez, revolve as entranhas da corrupção na cúpula da governança do País, nem às suas inúmeras conexões a esclarecer.
Ao desconsiderarem os argumentos do ministro Edson Fachin, pela manutenção das prisões de José Carlos Bumlai e João Claudio Genu, os ministros contrários à prisão acenam aos demais presos de que eles não precisam fazer delação nem contribuir para o esclarecimento de crimes cujas investigações ainda estão em andamento.
Espero que a sociedade brasileira seja mais considerada pelos ministros do Supremo e defendida dos criminosos que trouxeram o País a esse caos moral, econômico, político, social.
Que se dê uma chance para construir o Brasil que todos queremos: livre, limpo, justo, verdadeiro, competente.
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