Frente ao juiz Sérgio Moro, mesmo sem
ter fechado qualquer acordo de delação, Lula fez sua delação mais extensa
desde o mensalão, quando acusou vários petistas de terem traído sua
confiança.
Na época, José Dirceu assumiu calado
o papel de chefe do esquema e Lula sequer foi indiciado.
Ao juiz Moro, Lula declarou que Léo Pinheiro, ex-presidente
da OAS, insistiu em vender à sua esposa, Dona Marisa, um triplex com 500
defeitos, reformado com elevador e cozinha igual à do sítio de Atibaia.
Delatou seu fiel tesoureiro João
Vaccari Neto e o indicado pelo PT na Petrobras nem tão fiel assim, Renato Duque, que o enganou ao afirmar em encontro especialmente marcado em um hangar de aeroporto, que não tinha contas no exterior com propinas das
empreiteiras contratadas pela Empresa.
Mesmo após ter armado uma operação de guerra
para estar frente à frente e poder falar olho no olho, Lula aceitou a palavra
de Duque de que ele não tinha contas com propinas no exterior. Ponto. E
fim da conversa.
Delatou Duque por ter traído sua confiança.
Delatou a si mesmo, ao expor seu
especial interesse em esclarecer pessoalmente com Renato Duque a questão da conta de propinas no exterior, mesmo quando ambos já
estavam fora dos cargos de diretor e de presidente.
Argumentou ao juiz Moro que precisava defender a
indicação do PT, no qual diz não ter mais influência, e também para atender a um
pedido de Dilma sobre suspeitas publicadas na imprensa de que diretores da
Petrobras estavam recebendo propinas das empreiteiras em contas na Suíça.
Delatou sua esposa, Dona Marisa, de
ter mantido contatos com Léo Pinheiro para fazer algumas reformas no tríplex,
talvez para fazer investimento, visto que ela não gostava de praia. E, segundo
Lula, ela fez tudo isso sem o ter comunicado dessa intenção.
Lula parece acreditar que poderá
jogar as investigações do triplex no colo da morta que, como ele disse a Moro,
não está aqui para se defender.
Com a delação de Mônica Moura e João
Santana, sai da gaveta o intempestivo power-point de Danton Dallagnol, onde o
Chefe Lula centraliza o comando do maior esquema de corrupção já implantado em
um governo democrata.
Quando os marqueteiros queixavam-se à
Dilma da falta de pagamento, ela lhes pedia paciência. Foram então até Lula que
providenciou junto ao amigo Eike Batista pagamento de R$ 10 milhões!
Na delação Mônica Moura declarou:
"minha segurança era Lula".
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