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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Controle orçamentário

O governo interino do presidente Michel Temer dá ênfase e prioriza o ajuste econômico das contas públicas. A equipe econômica, chefiada com a ajuda do muito poderoso ministro da Fazenda Henrique Meireles, é louvada na mídia como experiente e eficaz na condução de ajuste fiscal, redução de gastos e controle orçamentário.

Presidente interino Michel Temer

Essa percepção foi fortalecida após a aprovação de lei que impede que a direção das empresas estatais sejam ocupados por políticos e com o encaminhamento ao Congresso do projeto que limita o orçamento do próximo ano ao do ano anterior, corrigido pelo índice da inflação. 


Tudo muito bem, tudo muito bom! Parece-me que os economistas e os jornalistas especializados em economia estão anestesiados pelos discursos de Temer e Meireles ou dando um perigoso voto de confiança ao governo interino, à espera de ver o que será feito de concreto para o saneamento e controle das contas públicas. 

Ministro da Fazenda Henrique Meireles

O projeto que limita o orçamento é uma "pegadinha" de enganação explícita. Vejamos. O orçamento de 2016 assumiu os déficits acumulados dos anos anteriores quando o Congresso aprovou aporte de mais R$ 170 bilhões, solicitado por Meireles para "fechar" as contas. O do próximo ano poderá gastar tudo isso, acrescido de 10% da inflação, se repetindo nos anos seguintes. Nada mal! 


E esse dinheiro já está sendo gasto por conta na renegociação da dívida dos Estados (R$ 400 bilhões), ajuda ao governo do Rio (R$ 2,9 bilhões), aumento ao Judiciário, aporte às empresas de energia elétrica e outras benesses bilionárias, todas contrárias ao belo discurso de controle de gastos. 

Padilha prevê déficit de R$ 170 bi em 2017

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já anuncia aos apoiadores do governo a pedra dos gastos, com a previsão de um déficit de R$ 170 bilhões, em 2017! Enquanto isso, pouco ou nada foi feito para reduzir a gastança. Conclusão: se aprovado o projeto do governo no Congresso, haverá em 2017, tanto ou mais dinheiro para atender aos mui amigos de sempre. 


À população, sobrará o aumento de taxas e impostos - inclusive o Imposto de Renda, aumentado por Dilma e não vetado pelo Congresso, até agora - dos preços controlados e a "reforma" da Previdência Social contra os trabalhadores, contribuintes compulsórios, também em déficit por conta, principalmente, das benesses populistas a não-contribuintes, sem indicar receita para cobrir essas despesas. 

Já passou da hora de acordar!

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