Parece que o novo coronavírus provoca ou faz emergir em alguns, instintos inaceitáveis nas sociedades conscientes de seus direitos e deveres.
O governador Andrew Cuomo do estado de Nova York - onde está a cidade de Nova York epicentro da pandemia nos Estados Unidos - revelou seus instintos de chefão todo poderoso ao criticar a atuação do Brasil e da Suécia no combate à pandemia, por permitir alto índice de mortalidade pela Covid-19.
"Nesses países, você deixa acontecer. Quem for infectado, foi infectado. Quem morrer, morreu. Mas dessa forma, muitas pessoas morrem", declarou em tom de crítica.
O cara não sabe que a gestão de contenção do vírus são tomadas pelos governadores e prefeitos e não pelo governo Bolsonaro, a quem ele queria atingir. Errou feio.
Andrew Cuono |
Mas que dá vontade de mandar Mr. Andrew tomar no Cuono, ah, isso dá!
O cara está com milhares de infectados e mortos debaixo do nariz e se acha no direito de olhar para o país vizinho, no qual o presidente não lhe é simpático.
Ora vá catar coquinho!
Lembro que o prefeito de Nova York Bill de Blasio, do Partido Democrata, impediu homenagem a Bolsonaro em 2019.
Na Hungria, aproveitando o impacto que a expansão do vírus tem causado em todo o mundo, o premiê Viktor Orbán obteve no parlamento aprovação de leis que lhe dão poderes ditatoriais, recebendo severas críticas da União Europeia.
No Brasil, o observador mais atento, também vai encontrar gestores públicos com esses mesmos sintomas que afetou Orbán.
Há governadores que determinaram vigilância online dos habitantes via celular, com uso de contingentes policiais para fazer cumprir suas ordens e reprimir infratores que causam a redução do "índice do isolamento" para menos de 70%.
Carnaval em São Paulo, capital em 2020 |
Faz-se necessário registrar que os estados que determinaram o isolamento social mais severo, são os que têm os maiores números nominais tanto em infecção como em óbitos.
Especialistas consideram que as medidas de contenção como o isolamento social veio tarde, muito depois do Carnaval que atraíram milhares de turistas do mundo inteiro, causando as maiores aglomerações de foliões de todos os tempos...
Mas a culpa de tudo isso é de Bolsonaro, que decretou Estado de Emergência na Saude Pública Nacional em 04 de fevereiro, três dias após a Organização Mundial de Saude (OMS) declarar Estado de Emergência Internacional em 30 de janeiro, e vinte dias antes do Carnaval.
Em 20 de março, o Senado aprovou o decreto do governo federal, instituindo Estado de Calamidade Pública no País, que já havia sido aprovado na Câmara.
Mesmo assim os governadores e prefeitos não tomaram qualquer medida efetiva para fazer a contenção do novo coronavírus.
Ao contrário. As declarações dessas autoridades em rede nacional, tranquilizavam a população e minimizavam a agressividade do vírus, mesmo com a divulgação massiva das imagens horripilantes transmitidas de Wuhan, centro de contaminação na China.
Vejam declarações de alguns deles.
João Riquinho Dórea: "Não há a minima razão para pânico... nem para interrupção de aulas, trabalho, atividades esportivas, espetáculos... Faremos o maior Carnaval da história, são 600 blocos com milhares de foliões... Que movimentará a economia de São Paulo."
David Uip: "A nosso favor, estamos no Verão, o vírus gosta do frio e estamos no calor. Poucas pessoas vão sentir que foram infectadas, terão coriza, sintomas de um resfriado, uma gripezinha, mais de 90% não sentirão sintoma algum."
Drausio Globosta Varella: "Esse vírus não tem potencial. Em cada 100 pessoas que pegarem o vírus 80 ou 90 pessoas terão um resfriadinho de nada."
Carnaval no Rio - 2020 |
Após o Carnaval, os discursos sofreram revisão radical, principalmente após o presidente repetir as mesmas palavras dos doutos ispexialistas acima citados. "Será uma gripezinha".
Os afáveis e serenos gestores de antes, num repente, tornaram-se ferrenhos defensores da saude dos habitantes de seus feudos, com intermináveis discursos de campanha e violentas ações contra pessoas indefesas que tiveram a ousadia de desobedecer o Chefinho e ir até a praça, à praia, ao parque pegar um sol, respirar um ar, andar e espairecer um pouco. Idoso na rua leva surra de cassetete. Mulher na praça, sozinha, é algemada e levada presa... Depois da repercussão das violências, os ditadores em campanha mudaram o discurso.
A conversão instantânea ao combate da pandemia ocorreu quando o governo enviou ao Congresso pedido de declaração de Calamidade Pública. Não é coincidência, é esperteza. A partir daí houve pedidos semelhantes por parte de governadores, prefeitos e até gestores que não tinham caso confirmado da Covid-19 em sua região. Por que será?
São esses os mesmo prefeitos e governadores que reduziram o transporte público para "obrigar" a população ficar em casa. E os empresários agradeceram. Resultado: ônibus, metrôs, barcas e trens lotados, como qualquer pessoa de bom senso seria capaz de prever. O projeto gracioso, aprovado às pressas na Câmara Federal, pode explicar o interesse de alongar a pandemia e matar(ops!) dois desejos com um só projeto: terão uma dinheirama gratuita para gastar em contratações sem licitação, enquanto sangra o governo Bolsonaro.
Talvez uma investigação sobre os números da pandemia nas áreas críticas possa esclarecer isso e mais alguma coisa, que aponta para a quantidade de óbitos ocorridos, mesmo após declaração de um médico de São Paulo de que usou remédios já existentes e obteve total recuperação de 40 pacientes em menos de sete dias. Vale a pena averiguar.
Esse sintoma de voluntarismo acerbado também é percebido nas plagas do Judiciário, e quase passa despercebido devido histórico de idiocrasias típicas dos deuses do Olimpo.
A juíza Ana Lúcia Petri Betto, atendendo um pedido do jornal Estado de São Paulo, decidiu dia 30/04 que o presidente Jair Bolsonaro entregue à Justiça "os laudos de todos os exames" realizados para detectar se foi ou não contaminado pelo novo coronavírus.
E em controversa unanimidade o STF decidiu que os estados e municípios têm autonomia para definir medidas de combate à pandemia, mesmo que em discordância com as determinações do Ministério da Saude
Quer dizer que estados e municípios podem decidir, já a União onde estão contidos não pode. Traduzindo: governadores e prefeitos podem, já o presidente não pode. Curiosa justiça em tempos de pandemia politizada.
Dá impressão que os efeitos do novo comunavírus propagam-se via internet como os demais vírus digitais, pois apesar da redução em mais de 95% nas interligações aéreas e terrestres das capitais, ontem (27/4) tivemos demonstração dessa transmissão "virtual", quando o governador da Bahia baixou decreto cancelando o São João em nossa província.
Imagino barreiras armadas montadas nas fronteiras de cada município, em cada uma das cidades que costumam festejar o santo com muito fervor e animação.
Pode ser até que as quadrilhas juninas sejam marcadas com os trajes típicos acrescido de máscara, com o espaçamento de dois metros entre os brincantes.
Algumas das marcações serão omitidas, tais como: túnel do amor, caracol, balancê... Outras poderão ser acrescidas, do tipo: Olha a pandemia! É verdade... e todos se afastam numa grande roda. Olha a cloroquina! É verdade... e todos se aproximam faceiros até dois metros de distância. Os pares manterão distância até o final: Camindaróça pessoar!
Nada foi dito quanto ao Dia dos Namorados (11/6), às novenas e folguedos nas vésperas do dia de Santo Antônio no início de junho... Nem de São Pedro dia 29... Ufa!
Os devotos agradecem.
Não é coincidência que os estados com maior dificuldade de atendimento dos pacientes da Covid-19 sejam os mesmos que tiveram construções superfaturadas para as Olimpíadas no Rio de Janeiro em 2016 e estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014: Arena Amazonas-AM, Arena Pernambuco-PE, Estádio Nacional Mané Garrincha-DF, Arena Corinthians-SP e Maracanã-RJ. Os bilhões de reais pagos em ptchulecos ao rei e seus amigos de então, está fazendo falta no sistema de saude.
A contensão da pandemia causada por esse vírus mortal precisa ser feita com lucidez e sabedoria, sem a necessidade de copiar ações ditatoriais de governos de outras latitudes, largamente propagadas como as mais eficazes. Considerando a dificuldade de obter informações confiáveis em ditaduras, isso não deve ser considerado como toda a verdade.
A contensão da pandemia causada por esse vírus mortal precisa ser feita com lucidez e sabedoria, sem a necessidade de copiar ações ditatoriais de governos de outras latitudes, largamente propagadas como as mais eficazes. Considerando a dificuldade de obter informações confiáveis em ditaduras, isso não deve ser considerado como toda a verdade.
Aqui não, cara-pálida! Basta!
Excelente texto, já em fase de "retransmissão". Abraços.
ResponderExcluirGrato pelo retorno, Belmira. A retransmissão é livre: copyleft.
ExcluirEu ainda não acredito que a China conseguiu controlar a expansão do vírus, que Coréia do Sul, Japão e outras economias estão com mínimos casos, tem desinformação com politicagem e interesses escusos
ResponderExcluirNão é só você, Caio, pouca gente acredita nas informações oficiais vinda da China.
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