Pesquisar este blog

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Interferência na Polícia Federal


Moro declarou que o presidente queria interferir na Polícia Federal (PF), mas os fatos mostram que foi ele, Moro, quem interferiu na PF durante sua gestão. Senão vejamos.

O que impediu a PF de atender à solicitação da então procuradora-geral Raquel Dodge para federalizar a investigação dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Ramos? 

Até então a investigação era conduzida pela Polícia Civil do Rio em conjunto com o Ministério Público Estadual. Nela dois agentes federais já haviam sido presos por extorsão, e um terceiro estava sendo investigado por suspeita de pertencer à mesma quadrilha. Mais motivos para a PF entrar no caso.

Mas não entrou, mesmo sabendo que quando a própria PF, a pedido do MPF, investigou e descobriu que havia testemunhas plantadas por delegado para desviar o foco das investigações. 
Uma dessas testemunhas até já informava quem era o mandante dos assassinatos! 
Tudo para desviar o eixo das investigações e preservar os mandantes interessados na morte da vereadora, visto que Anderson morreu por estar na linha dos tiros contra dela.

Não entrou, até mesmo quando ficou patente que as polícias do Rio não estavam interessadas a esclarecer os crimes e alcançar os mandantes. 

Precisou que um dos filhos do presidente desmascarasse a farsa do porteiro que teria ligado para a casa de Bolsonaro e o Seu Jair atendeu e autorizou o cúmplice entrar.
Nas gravações da portaria, naquele dia e hora, a voz não era a do porteiro que já tinha prestado dois testemunhos ao MPE. 
A ligação não foi para a casa de Bolsonaro, mas sim para a casa do cúmplice, e a autorização foi dada pelo cúmplice.

Só então a mídia desmamada descobriu que naquele dia e naquele horário Bolsonaro estava em Brasília.

Ao decidir nada fazer quanto a essa investigação, Moro permitiu que o presidente e seus familiares fossem massacrados dia e noite, durante 1 ano e 6 meses, pela TVEsgoto, como suspeitos dos assassinatos e pertencentes à milicias do crime organizado do Rio de Janeiro.

Por qual motivo Moro não atendeu a indicação da PGR? 

Agora, parece claro o que levou o então ministro não autorizar a PF entrar no caso. Mas isso, é Moro quem vai precisar responder. Pois Raquel Dodge já havia pedido à PF uma investigação da investigação realizada pelos órgãos de segurança estaduais e municipais do Rio de Janeiro, a partir da denúncia do miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, acusado pela morte da vereadora pelo PM Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, a qual gerou relatório de 600 páginas. 

Para a PF Orlando disse que foi coagido pela Polícia Civil do Rio para assumir a morte de Marielle. Denunciou que a polícia é paga para proteger matadores de aluguel. Que policiais da Delegacia de Homicídios recebem mesadas para não elucidarem os assassinatos cometidos por esse grupo conhecido como Escritório do Crime, formado por PMs da ativa e ex-policiais.

Resumindo, havia visível interesse difuso daqueles órgãos policiais para que as investigações fossem concluídas rapidamente, de qualquer maneira. Com alguém assumindo a culpa ou atrapalhando as investigações com pistas e depoimentos falsos, até o ponto de levar ao esquecimento ou ao rol dos casos insolúveis.

O fato dos familiares dos mortos, juntos com o deputado Freixo (PSOL), pedirem para que o caso não seja federalizado, é mais uma forma de manter a suspeita de que o presidente e seus filhos não têm interesse de alcançar os mandantes dos crimes. Na realidade isso revela que há de fato interessados em não desvendar os crimes. Em juízo os réus nada disseram, irão a juri popular. Será mais um crime sem o mandante? 

Mas os mandantes ainda estão aí no Rio, em Brasília ou em qualquer outro lugar. 
E só uma investigação de fato será capaz de alcançá-los. 
Agora vai!

Um comentário:

  1. Em 27/05, a 3ª seção do STF votou por unanimidade a manutenção do processo na área estadual do Rio de Janeiro. Com mais esse crédito de confiança, cabe às Polícia Civil e Polícia Militar fazerem jus investigando e chegando aos mandantes dos crimes. Há muitas pistas que parece não foram ainda exploradas: quebra dos sigilos telefônico-midiático-bancário e a perícia nos celulares dos 2 criminosos presos; perícia nos celulares do ex-PM miliciano morto em Esplanada-BA, Adriano Nogueira; depoimento dos contatos existentes na caderneta azul de Adriano...

    ResponderExcluir