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O assunto cloroquina, hidroxicloroquina, esteve na mídia recentemente e recebeu tratamento de partida Fla x Flu, em decisão de campeonato. Algo me intrigava como médico e comecei a ler toda a literatura científica disponível.
Mergulhei então na pesquisa do mecanismo da doença e no mecanismo de ação da cloroquina e hidroxicloroquina. E não é que havia muitas evidências científicas antigas e consagradas do uso da medicação pra doenças virais?
Vou lhes explicar o porque! A primeira estranheza foi o MS e a imprensa inteira, começar a usar tal estudo como referência dos malefícios da cloroquina.
Um pequeno adendo, a cloroquina é mais velha e mais tóxica que a Hidroxicloroquina. Mas no estudo do Amazonas, foi a antiga cloroquina que foi usada!?
Sigamos com as interrogações e observações pra que acompanhem meu raciocínio como médico.
A dose usada no estudo foi de 900 e 1.200 mg por dia durante dez dias consecutivos. O que acarretou muitos efeitos colaterais e 11 mortes.
Aí fiquei curioso: por que usaram essa dose tão alta?
E mais: Como a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Conselho Nacional da Saude (CNS), do Ministério da Saude (MS), autorizou um estudo como esse com doses tão altas? E aí começam as grandes surpresas e constatações. Deixe-me explicar aos leigos.
Quando usamos cloroquina, por exemplo para malária, mesmo nas formas graves, o protocolo é de 4 comprimidos de 150 mg (600 mg no total) nos três primeiros dias e depois baixamos as doses. Nunca usamos uma dose tão alta e nem sustentada! O tratamento dura em geral 14 dias com doses que vão baixando de 300 mg e 150 mg nos próximos dias.
Dei print da tela. Não fui só eu que percebi isso, outros perceberam.
E houve uma veiculação de reportagem no UOL, onde um médico afirmava que aquele estudo sequer tinha autorização para ser realizado.
Qual não foi minha surpresa ao perceber que mais gente tinha visto o que vi.
Entretanto, comecei a ficar realmente intrigado quando soube quem havia entrado em contato com o UOL, como citado na reportagem, e afirmava que o número do Conep existia sim! Que aquilo era um engano. Pois bem, nada mais, nada menos que a Assessoria de Comunicação do Ministério da Saude. Uáu!
Mas algo me deixou mais perplexo ainda, o número do Conep era de data posterior à publicação do estudo.
Pra quem não entende o que isso significa, vou explicar: você nunca pode começar a fazer experiências com humanos sem uma autorização do Conep.
Onde já se viu número de autorização do estudo com data posterior à sua publicação?
Aí fiquei ainda mais perplexo, seria possível?
Já não podia crer na intencionalidade de atos tão vis, queria acreditar que tudo não passava de um engano, de um estudo mal sucedido.
Mas minha mente e minha intuição me apontavam as evidências de um crime.
E fiquei curioso e pensativo. Se eu fosse o cientista do estudo seria o primeiro a correr pra me defender. Se eu fosse o Conep seria o primeiro a dizer, não, não houve autorização do órgão competente para esse assassinato! A não ser, que...
Mas, peraí, por que foi a assessoria de comunicação do MS que ligou pro UOL pra dizer que havia sim um número no Conep e acabou fornecendo a prova de uma tentativa de encobrir um absurdo?
Alto lá! Quem é a assessoria de comunicação do MS?
Ugo Braga, um conhecido militante do PCdoB, inclusive houve escândalo recente de sua renovação de contrato bilionário feita por Mandetta. Lembram dele?
Marcos Vinícius Guimarães de Lacerda, médico e militante político da esquerda ligado à Fiocruz. Os pesquisadores idem. E pra completar, adivinhem quem foi a cardiologista que colocou seu nome no estudo? Ludhmilla Hajjar, médica de Caiado.
Senhores, se isso não foi uma conspiração e um crime contra a vida e a ordem política, eu nem sei mais o que é crime contra a vida e contra a Nação...
# Transcrição da Time Line do Dr. Paolo Zanotto / Lucília Coutinho.
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ADENDO
Autorizada recentemente pelo governo federal para pacientes infectados com o novo coronavírus, a hidroxicloroquina segue sendo tema de debates no campo da medicina. Em uma teleconferência ao vivo pelo Youtube, neste domingo (5), os médicos Paolo Zanotto, virologista da USP (Universidade de São Paulo), e Pedro Batista Júnior, diretor-geral da Prevent Sênior, defenderam o uso da medicação para idosos em fase inicial de tratamento.
Segundo eles, a aplicação da medicação em pacientes idosos logo no início do processo é mais eficaz do que seu uso quando o caso se torna grave, pois o pulmão já estaria comprometido pelo processo infeccioso.
"O melhor resultado é na fase inicial da doença. Infelizmente esses pacientes [que morreram] tomaram hidroxicloroquina, mas iniciaram numa fase avançada. O início da dose de cada medicação que você faz para um paciente é fundamental para o sucesso da terapêutica", afirmou o diretor do Prevent Sênior, plano de saúde que administra hospitais que têm tratado idosos com a Covid-19.
Zanotto argumentou que a hidroxicloroquina "é uma droga que tem não só o precedente da atividade antiviral mas também tem um grande histórico de utilização dessa droga no contexto anti-malárico".
Arena de Manaus-AM |
No entanto, este uso do medicamento não é bem recebido por parte da comunidade médica. Consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), o infectologista Leonardo Weissmann, é cuidadoso ao falar da hidroxicloroquina: “não há evidências científicas concretas de que a cloroquina seja eficaz para o tratamento da COVID-19. Trata-se de um medicamento que pode causar inúmeros efeitos colaterais. Seu uso, além de não ter eficácia comprovada, ainda pode causar mais danos ao paciente do que a própria doença. É preciso muita cautela.” Pergunto: será mesmo? Por que esse tipo de comentário é inconsistente? A HCQ é usada há mais de 70 anos sem qualquer restrição. É usada no combate à zika em gestantes. Por que agora esse cuidado? São os torcedores do vírus.
Em nota, a SBI se refere ao uso da hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 como uma terapia de salvamento experimental. O uso, segundo o comunicado, “deve ser individualizado e avaliado pelo médico prescritor, preferencialmente com a participação de um infectologista, avaliando seus possíveis efeitos colaterais e eventuais benefícios”.
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