Há uma constante na origem dos crimes de corrupção e da impunidade: a fiscalização ausente, conivente e leniente por parte dos múltiplos e custosos órgãos, criados para coibir abusos no uso dos recursos públicos, das normas e critérios estabelecidos em todas as áreas técnicas e administrativas.


A maior delas, Castelo de Areia (2009), considerada a prévia da Lava Jato, foi anulada pelo então presidente do STJ Cesar Asfor Rocha, acusado esta semana pelo ex-ministro Palocci de ter recebido pelo menos R$ 5 milhões da Camargo Corrêa para barrar o processo.
O argumento principal usado por Rocha foi inusitado: as investigações foram originadas por uma denúncia anônima!?
Os Disque Denúncias garantem anonimato ao denunciante! E tem mais!

Marcada para o dia 23 de agosto, a destruição foi suspensa pelo pedido de vista da procuradora da República em São Paulo, Karen Kahn.
Ao devolver os autos à 6ª Vara na semana passada Karen Kahn citou a reportagem da Folha (26/8) sobre a delação de Palocci em andamento e pediu o adiamento do descarte das provas, pelo menos até que haja uma definição sobre a colaboração premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.
No dia 6/9, mesmo sem ter fechado acordo de delação, Palocci detalhou em depoimento ao juiz Sérgio Moro os diversos esquemas montados para obstrução da Justiça e o valor pago pela Camargo Corrêa ao ex-presidente do STJ, Cesar Asfor Rocha, para anular a Operação Castelo de Areia!

A recuperar da eficácia dos órgãos de fiscalização e da credibilidade dos Tribunais de Justiça é fundamental para o novo Brasil que surge.
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