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sábado, 1 de novembro de 2014

Caixa de campanha

Quem sabe observar os movimentos político-econômicos, além dos discursos populistas dos políticos, já percebeu as coincidências das proximidades entre projetos bilionários e campanhas eleitorais. Aqueles são i$cas para os empresários contribuírem de todas as formas possíveis com seus proponentes que, caso sejam eleitos ou reeleitos, acenam com a contrapartida. Ocorreu com o bilionário e irracional projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, cujo valor inicial de R$ 4 bilhões - há quatro anos - foi "atualizado" para R$ 8,2 bilhões. Com vários canteiros abandonados, obras a serem refeitas, muita propaganda enganosa e nem uma gota sequer transportada até hoje, teve alguns trechos trabalhando em turno de 24 horas nas vésperas das eleições. Já a ponte Salvador-Itaparica, que licitou-contratou R$ 10 milhões ano passado e mais 10 milhões neste ano de 2014, teve o anúncio da licitação do projeto feito coincidentemente na vésperas do segundo turno... O restante dos R$ 7 bilhões previstos para a obra  é a cenoura pendurada na vara a frente de animais nada burros.

* Comentário publicado no jornal A TARDE em 11.02.14, na coluna Espaço do Leitor.
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Adendo: As apurações realizadas pelo Ministério Público, Polícia e Justiça Federais, comandada pelo juiz Sérgio Moro, confirmam o jogo de comadre entre corruptos e corruptores, ao fazer cair as máscaras de inúmeros partidos políticos, empreiteiras, empresários, e gerar um desabafo revelador por parte do advogado de Fernando (Baiano) Soares: Bel. Mário de Oliveira Filho:

“O empresário se porventura faz uma composição ilícita com algum político para pagar alguma coisa, se ele não fizer isto - e quem desconhece isso, desconhece a história do país - não tem obra. Pode pegar aí uma prefeitura do interior, uma empreiteirinha com quatro funcionários, se ele não fizer acerto, ele não põe um paralelepípedo no chão”.

No primeiro parágrafo o advogado demonstra dificuldade para expressar, sem firulas, o jogo da corrupção nos contratos de governos e órgãos públicos. Já no segundo escancara a nossa realidade. (20.11.14)

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