Em
seu voto a favor do uso de embriões humanos para pesquisas em células-tronco em março de 2008, o então ministro do STF, Carlos Ayres de Britto, afirmou: "O
embrião é o embrião, o feto é o feto e a pessoa humana é a pessoa humana. Esta
não se antecipa à metamorfose dos outros dois organismos. É o produto final
dessa metamorfose. É um ir além de si mesmo para se tornar um outro ser”.
Parece-me
que o brilhante ex-ministro Britto, se impressiona com vocábulos diferentes,
criados para dar um entendimento didático ao fenômeno natural da gestação. Assim
como ele, parece-me que muitos outros ainda não perceberam que nada - repito -
nada é incluído ou acrescido à estrutura do DNA do embrião ou no do
feto, para se considerar que eles são outros seres que não humanos. O embrião,
assim como o feto e a pessoa humana, nos seus diversos estágios de crescimento, possui o mesmo DNA,
próprio, único, com todas as características genéticas nele inseridas e já
assumidas... Até a morte do ser.
Comparando,
grosso modo, é como considerar a “metamorfose” ocorrida no aspecto do ser
humano após o nascimento, como se fossem seres diversos, tipo: bebê, criança, adolescente,
jovem, adulto, idoso...
Pois,
é! E ainda nos surpreendemos com a escalada da violência que hoje afeta toda a
nossa sociedade.
* Veiculado
no jornal A TARDE de 07.03.2008, na coluna Espaço do Leitor.
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